Não é verdade que oposição quer investigar fraudes no INSS ocorridas apenas a partir de 2023

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É falso que parlamentares de oposição querem criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar descontos indevidos em benefícios da previdência ocorridos apenas a partir de 2023. O requerimento do deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) estabelece como objetivo averiguar valores supostamente desviados entre 2019 e 2024.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.600 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (9).

Por isso os parlamentares bolsonaristas querem CPI só de 2023 pra frente. O lance é não investigar para não pegar Bolsonaro e sua gangue.

Print de post no Facebook traz legenda que diz: ‘Por isso os parlamentares bolsonaristas querem CPI só de 2023 pra frente. O lance é não investigar para não pegar Bolsonaro e sua gangue’. Abaixo, há uma montagem com uma frase escrita em amarelo e branco em um fundo preto: ‘caiu mais uma mentira de Nikolas Ferreira e da extrema direita’. Mais abaixo, há o print de uma notícia do jornal Folha de S.Paulo com a seguinte manchete: ‘Bolsonaro sancionou sem vetos fim de controle em descontos no INSS’.

Publicações nas redes mentem ao afirmar que parlamentares de oposição querem abrir uma CPI para investigar fraudes ocorridas no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apenas a partir de 2023, início do mandato do presidente Lula (PT).

No requerimento para criação da CPI, o deputado federal Coronel Chrisóstomo afirma que o objetivo da comissão é investigar os sindicatos envolvidos na fraude do INSS, com cobranças “que podem chegar a R$ 6,3 bilhões”. A cifra, que consta na denúncia da CGU (Controladoria-Geral da União), representa os valores supostamente desviados entre 2019 e 2024.

Procurada pelo Aos Fatos, a assessoria de Chrisóstomo também negou a alegação feita pelas peças de desinformação. Na nota, o parlamentar afirma que, caso aprovada, a comissão deve apurar os possíveis crimes associados ao esquema fraudulento desde 2019.

O pedido de abertura da comissão foi protocolado no dia 30 de abril e contou com a assinatura de outros 185 parlamentares. Para ser instalada, a comissão agora precisa da autorização do presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Fraude no INSS. Uma investigação da Polícia Federal e da CGU apura um esquema bilionário de descontos indevidos de mensalidades associativas direto na folha de pagamento de beneficiários da previdência social. O INSS anunciou nesta sexta-feira (9) que a restituição aos aposentados e pensionistas lesados pela fraude terá início no dia 26 de maio.

Nesta semana, o Aos Fatos já desmentiu uma série de peças de desinformação que distorcem fatos relacionados ao esquema (veja aqui, aqui e aqui).

O caminho da apuração

Aos Fatos leu o requerimento de criação da CPI protocolado pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e identificou que não há indicação de que as possíveis investigações devem apurar fatos ocorridos apenas a partir de 2023.

A reportagem também entrou em contato com assessores do parlamentar por telefone e por mensagem de texto. Por fim, usamos notícias da imprensa para contextualizar a verificação.

Referências

  1. Câmara dos Deputados
  2. CGU
  3. Agência Brasil
  4. Aos Fatos (1, 2 e 3)

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