É falso que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) destruiu um laboratório de vacinas em 2015, como alegam posts nas redes sociais (veja aqui). Naquele ano, mulheres sem-terra depredaram um centro de pesquisas de eucalipto geneticamente modificado de uma fábrica de papel e celulose no interior de São Paulo.
As peças de desinformação reuniam ao menos 2.500 compartilhamentos no Facebook nesta quinta-feira (27) e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação (saiba como funciona).
Lembrando que o MST destruiu em 2015 o laboratório de pesquisas para vacinas. A conta chegou!
Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que, em 2015, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) destruiu um laboratório de vacinas. Na realidade, em março daquele ano, mulheres sem-terra invadiram e depredaram um centro de pesquisas que desenvolvia mudas de eucalipto geneticamente modificadas.
A ocupação das instalações da Futura Gene Brasil, empresa ligada à Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP) serviu para “denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênico pode causar ao meio ambiente”, segundo alegou à época o MST.
Já de acordo com a empresa, as sem-terra teriam destruído 14 anos de pesquisas de um projeto para melhoramento genético do eucalipto. Ao Jornal Nacional, o então gerente executivo da Futura Gene Brasil, Eduardo José de Mello, alegou que a denúncia do MST era infundada e que o transgênico seria seguro para a sociedade e o meio ambiente.
A mesma peça de desinformação circulou nas redes sociais em março de 2019, após a imprensa divulgar que a morte do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido causada por meningite, o que mais tarde foi desmentido. As publicações eram acompanhadas da alegação de que o centro de pesquisas desenvolveria a vacina contra a doença. Na época, as peças foram desmentidas pelo e-Farsas.
As publicações que trazem a falsa alegação são acompanhadas ainda de uma foto sem relação com o episódio e que foi registrada pelo menos quatro anos antes. Aos Fatos não localizou a origem nem a autoria exatas da imagem, mas verificou que ela aparece na internet desde outubro de 2010 em conteúdos sobre o movimento pela reforma agrária. A mesma foto também ilustra reportagens publicadas em 2011 e 2014.
Segundo os metadados da imagem, o autor da imagem seria Firmino Piton, que trabalhou na Folha de S.Paulo e no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP). Ao Aos Fatos, porém, o fotojornalista disse não se lembrar de ter feito o registro.
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