🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Não é verdade que idosa foi enterrada viva em São Paulo

Por Luiz Fernando Menezes

7 de abril de 2021, 16h21

É falso que uma idosa foi enterrada viva em São Paulo após o hospital registrar que ela teria morrido em decorrência da Covid-19, como alegam postagens nas redes sociais (veja aqui). O vídeo que circula com essa alegação mostra o momento em que familiares abrem o caixão de Maria Aparecida Ribeiro durante o enterro, mas os posts checados omitem que, depois, os próprios parentes admitiram o engano e disseram que ela estava de fato morta. Além disso, o exame para detectar o novo coronavírus na idosa deu negativo e consta no atestado de óbito que ela faleceu por “derrame pleural, insuficiência cardíaca e septicemia”.

Publicações enganosas reuniam ao menos 11 mil compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (7) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona). O conteúdo também circula no WhatsApp, mas, devido à natureza do aplicativo, não é possível estimar com precisão seu alcance.


Deram a mulher como morta por COVID em um hospital. Abriram o caixão e a MULHER ESTAVA VIVA! Tem muita coisa estranha acontecendo! Tá na hora do pessoal da saúde botar a boca no trombone!

Um vídeo em que familiares violam um caixão e filmam o corpo de uma idosa durante seu enterro vem sendo compartilhado nas redes sociais para insinuar que pessoas vivas estariam sendo sepultadas para inflar os óbitos pela Covid-19 em São Paulo - o que é falso.

Embora o vídeo seja verdadeiro, a alegação é enganosa: há comprovação oficial de que ela estava morta ao ser enterrada. Além disso, no atestado de óbito consta que a causa da morte teria sido “derrame pleural, insuficiência cardíaca e septicemia”. Quando faleceu, Maria Aparecida Ribeiro tinha suspeita de Covid-19, mas os exames divulgados posteriormente deram negativo, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

Horas depois da gravação em que violam o caixão, familiares da idosa fizeram outro vídeo em que admitiram que se enganaram ao alegar que ela estaria viva. O depoimento, disponível na página do Facebook Portal Jaraguá, mostra o neto de Ribeiro afirmando que achou que ela pudesse estar viva após ver sangue no rosto da avó. Um depoimento de outro familiar que corrobora essa versão foi veiculado pela página Jornal O Peruense.

No vídeo do Foco Jaraguá há ainda o depoimento de um dos filhos da idosa. Ele explica que a mãe sofreu um acidente doméstico no dia 14 de março, foi internada no Hospital Geral de Taipas, diagnosticada com um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e morreu no dia 23 de março. Essas informações foram confirmadas ao Aos Fatos pela Subprefeitura de Perus (bairro da capital paulista onde a idosa foi sepultada).

O órgão municipal afirmou ainda que a contratação da funerária por parte da família ocorreu no dia 25, com agendamento do sepultamento para o dia seguinte, 26.

Estatísticas. A confirmação de morte por Covid-19 e a inclusão nas estatísticas estaduais e nacionais dependem do resultado de teste laboratorial que atesta a presença do vírus. Dessa maneira, mesmo que a idosa tenha sido sepultada como caso suspeito da infecção, sua morte só seria incluída nos dados do Ministério da Saúde caso o vírus fosse detectado, o que não ocorreu.

Referências:

1. Facebook (Portal Jaraguá)
2. Facebook (Jornal O Peruense)
3. Aos Fatos


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Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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