🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Não é possível afirmar que Bolsonaro venceu na Nova Zelândia em 2022

Por Marco Faustino

2 de outubro de 2022, 12h36

Não é verdade que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi reeleito na Nova Zelândia ao obter 99% dos votos registrados no país, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). De acordo com os boletins de urna divulgados na Embaixada do Brasil na capital do país, Wellington, que abriga as quatro seções eleitorais da Nova Zelândia, Bolsonaro teve 15,8% dos votos, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 72,9%. Os dados foram enviados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que divulgará a totalização dos votos a partir das 17h deste domingo (2).

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1.500 compartilhamentos no Facebook e circulam também no Twitter, Telegram e WhatsApp, no qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Bolsonaro acaba de ser reeleito em 1° turno na Nova Zelândia

Posts difundem montagem para alegar que Bolsonaro venceu na Nova Zelândia em 2022, o que é falso.

Postagens nas redes sociais alegam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu 99% dos votos de brasileiros que vivem na Nova Zelândia, o que é falso. Apesar de o país ter sido o primeiro a concluir as votações para presidente do Brasil, ainda não há divulgação oficial do TSE. O tribunal vai divulgar a totalização de todos votos, no Brasil e em outros países, a partir das 17h deste domingo (2).

No entanto, circulam na internet registros feitos por eleitores brasileiros dos boletins de urna divulgados na embaixada do Brasil, em Wellington, que abriga as quatro seções eleitorais do país. Os boletins mostram uma vitória local do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 329 votos, o equivalente a 72,9% dos eleitores. O presidente Jair Bolsonaro teve 71 votos, o equivalente a 15,8% do total.

De acordo com os boletins, foram ainda contabilizados 23 votos para Ciro Gomes (PDT), 14 para Felipe D'Ávila (Novo), 8 para Simone Tebet (MDB), 3 para Padre Kelmon (PTB), 2 para Léo Péricles (UP), e 1 voto para Sofia Manzano (PCB).

As peças checadas difundem uma montagem feita a partir de uma notícia divulgada pela rádio Jovem Pan no sábado (1°), que informou apenas sobre o início da votação na Nova Zelândia. O Aos Fatos verificou que a imagem difundida pelos posts possui sinais de adulteração — o formato das letras da manchete possui um formato incompatível com o utilizado pela Jovem Pan — e não foi encontrada qualquer notícia publicada pela emissora sobre uma vitória de Bolsonaro nas urnas daquele país.

Em 2018, Bolsonaro venceu o então candidato do PT, Fernando Haddad, na Nova Zelândia, com 44,1% dos votos contra 6,7% do candidato petista. Naquele ano, Ciro Gomes ficou em segundo lugar no país da Oceania, com 26,1% dos votos.

BUs. Os boletins de urna registram os votos recebidos pelos candidatos nas diferentes seções eleitorais. Por meio dele, qualquer cidadão pode conferir os resultados apurados nas urnas diretamente do seu aparelho celular. Assim, o eleitor pode auditar o resultado de uma ou mais seções por meio do “QR Code” impresso no Boletim de Urna, que pode ser lido por celulares com câmera fotográfica que tenham o aplicativo Boletim na Mão instalado.


Neste fim de semana, o Aos Fatos se uniu às iniciativas de checagem AFP Checamos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Fato ou Fake e Lupa para verificar em conjunto a desinformação sobre as eleições.

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