🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Março de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Mulher que aparece alcoolizada em vídeo não é a filósofa Marilena Chauí

Por Priscila Pacheco

11 de março de 2020, 14h51

Não é a filósofa e professora da USP (Universidade de São Paulo) Marilena Chauí, 78, quem aparece alcoolizada resistindo à prisão em um vídeo que circula nas redes sociais (veja aqui). As imagens, na verdade, mostram uma mulher não identificada, visivelmente mais jovem, que foi presa em Macaé (RJ) no ano passado após bater em uma moto. Parte do vídeo que tem sido compartilhado aparece em reportagem do G1 sobre o caso.

Em outro trecho do vídeo — que não consta na reportagem do portal —, a mulher detida diz “eu sou a lei do país, eu sou Lula”. Isso tem sido usado para associá-la a Chauí, que é uma das fundadoras do PT (Partido dos Trabalhadores).

O conteúdo enganoso tem sido compartilhado por perfis pessoais no Facebook e acumulava ao menos 1.200 compartilhamentos até a tarde desta terça-feira (10). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Essa é a Marilena Chauí, classe alta, a nata do PT. Vamos fazer esse vídeo rodar o país inteiro, repassem para o maior número de pessoas!

Um vídeo da detenção de uma motorista alcoolizada tem sido difundido nas redes sociais como se mostrasse a filósofa professora da USP Marilena Chauí. As cenas, na verdade, são de um caso que aconteceu em Macaé (RJ) e aparecem em uma notícia publicada pelo G1 no dia 22 de agosto de 2019. O rosto da mulher presa pode ser visto com nitidez (abaixo à esquerda) e é possível constatar que não se trata da professora da USP (à direita):

O vídeo mostra a mulher sendo presa por dirigir embriagada após bater em uma moto. Em um segundo momento, ela aparece algemada em uma sala, reclama da atuação dos policiais e grita “eu sou a lei do país, eu sou Lula”.

Segundo o G1, a prisão ocorreu em Macaé, no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto. A mulher, diz a reportagem, foi liberada no dia seguinte após pagar uma fiança de R$ 5.000 e iria responder por desacato e embriaguez ao volante.

Marilena Chauí é professora emérita da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP e doutora Honoris causa da Universidade de Paris, na França. Uma das fundadoras do PT e até hoje filiada ao partido, ela ocupou o cargo de secretária municipal de Cultura de São Paulo durante a gestão Luiza Erundina (1989-1992).

Referências:
1. G1
2. CNPq
3. Jornal da USP
4. Folha de S. Paulo
5. TSE
6. FGV CPDOC


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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