É falso que MST sequestrou família e ateou fogo a carro em MT

Não é verdade que integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) sequestraram uma família e atearam fogo a um carro no município de Lucas do Rio Verde (MT). Publicações nas redes têm se apropriado de um vídeo em que uma das vítimas narra o crime, ocorrido em dezembro do ano passado, para associar a ação ao movimento social — que não é citado no conteúdo original. Em nota enviada ao Aos Fatos, a Polícia Civil de Mato Grosso negou que qualquer um dos quatro detidos tivesse relação com o MST.

Publicações com a falsa alegação acumulam 3.000 compartilhamentos no Facebook, centenas de curtidas no Instagram e milhares de visualizações no TikTok.

MST invade fazenda produtiva, coloca o proprietário no porta malas do carro e põe fogo.

Um vídeo em que um homem mostra a carcaça de um carro incinerado e afirma ter sido vítima de um sequestro circula nas redes fora de contexto para atribuir o crime a integrantes do MST. Além de a vítima não fazer qualquer menção ao movimento social na gravação, a Polícia Civil do Mato Grosso confirmou ao Aos Fatos que nenhum dos envolvidos no crime tinha relação com o grupo.

Em nota, a polícia afirmou que o crime ocorreu em 21 de dezembro do ano passado na cidade de Lucas do Rio Verde (MT), a 350 km de Cuiabá. Três pessoas armadas invadiram uma casa — e não uma propriedade rural, como afirmam as peças de desinformação — e renderam os quatro moradores. Amarrados e levados como reféns dentro do porta-malas do carro, os dois adultos conseguiram se libertar e chamaram a polícia. Quatro pessoas foram presas; nenhuma delas tinha relação com o MST.

Esta não é a primeira vez que desinformadores atribuem crimes a integrantes do movimento social. Aos Fatos já desmentiu posts que alegavam que membros do MST estariam ateando fogo à floresta Amazônica, bloqueando os canais da transposição do rio São Francisco, destruindo casas populares e até mesmo agindo como infiltrados nas manifestações golpistas do dia 8 de janeiro.

Referências:

1. Polícia Civil do MT
2. Aos Fatos (1, 2, 3 e 4)