🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Motociata de Bolsonaro não reuniu 1,3 milhão de motos nem entrou no Guinness Book

Por Luiz Fernando Menezes

14 de junho de 2021, 14h54

Não é verdade que a motociata com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em São Paulo no sábado (12) reuniu 1,3 milhão de motos, como alegam postagens nas redes sociais (veja aqui). A Secretaria de Segurança Pública paulista estimou que 12 mil veículos participaram da manifestação. Também é falso que o protesto entrou para o Guinness Book como a maior reunião de motos. A editora do livro dos recordes desmentiu a afirmação e disse que não registra atos políticos.

Peças com as afirmações enganosas contavam com ao menos 72 mil compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (14) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma (veja como funciona). Leitores do Aos Fatos também requisitaram a checagem desta peça pelo WhatsApp (acesse para receber as checagens).


1.324.523 motocicletas registrado no Guiness Book. 12/06/2021.

A motociata com o presidente Jair Bolsonaro em São Paulo neste sábado (12) não teve mais de 1,3 milhão de veículos nem entrou no Guiness Book como a maior reunião de motos do mundo. A alegação falsa que circula em posts nas redes sociais foi desmentida pelo governo paulista e pela editora do livro dos recordes.

De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), 12 mil veículos teriam participado do ato. O órgão explicou que o cálculo é feito com "recursos de mapas e georreferenciamento, baseadas nas imagens aéreas, que determinam a extensão principal da manifestação, bem como as ocupações em ruas adjacentes”.

Em nota enviada ao Aos Fatos, a Artesp (Agênca de Transporte do Estado de São Paulo) informou que as praças de pedágio registraram um número ainda menor de motocicletas: foram 6.661 veículos no pedágio de Campo Limpo entre 11h e 12h30 e 6.216 veículos no pedágio de Caieiras entre 12h26 e 13h31. A agência aponta, no entanto, que o número pode estar subestimado, uma vez que o sistema não está preparado para coletar informações sobre passagem de motocicletas e o tipo de ato dificulta a detecção.

Em todo o estado de São Paulo, estão registradas cerca de 5 milhões de motocicletas e 1 milhão de motonetas, segundo dados do Ministério da Infraestrutura. Seria necessário, portanto, que cerca de 22% de toda a frota paulista tivesse sido levada à manifestação para atingir a marca de 1,3 milhão de veículos.

A editora do Guinness Book negou, em nota ao Aos Fatos, que o ato de sábado tenha sido uma tentativa oficial de quebra de recorde e ressaltou que a empresa mantém uma política clara quanto a registros políticos. “Por se tratar de um evento de motivação política, não permitimos o uso de nosso nome, plataforma ou serviços”.

Mesmo que o ato fosse considerado válido pelas regras da publicação, a obtenção do título não seria automática. Segundo o site do Guinness Book, um pedido de quebra de recorde padrão pode levar até 12 semanas para ser analisado. Esse prazo pode ser diminuído para cinco dias úteis caso o solicitante pague uma taxa de US$ 800 (cerca de R$ 4.050).

O Estadão Verifica, a Folha de S.Paulo, o Fato ou Fake e o Boatos.org também publicaram checagens sobre o assunto.

Referências:

1. Ministério da Infraestrutura
2. Guinness Book (1 e 2)


Esta checagem foi atualizada às 13h30 do dia 17 de junho de 2021 para acrescentar a nota enviada pela Artesp.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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