🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Moraes não defendeu atentados contra o STF antes de se tornar membro da corte

Por Ana Rita Cunha

22 de junho de 2020, 18h34

Não é verdade que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes defendeu "atirar à queima-roupa" em ministros ou "tocar fogo no plenário" antes de se tornar membro da corte, como sugerem publicações nas redes sociais (veja aqui). O vídeo usado pelas postagens é recente, foi gravado no dia 17 de junho durante a sessão que julgou a continuidade do inquérito das "fake news". Nele, o magistrado lê mensagens publicadas nas redes sociais com ameaças aos integrantes do STF.

O conteúdo enganoso reunia 5.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (22). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação (saiba como funciona).


FALSO

Olha aí o canalha advogado do PCC descendo o pau no STF e hoje está lá dentro.

É falso que, antes de se tornar ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes ameaçou publicamente atirar em integrantes da corte. Publicações nas redes sociais com a alegação enganosa se valem de trecho de um vídeo gravado no dia 17 de junho em que o magistrado lê exemplos de ameaças recebidas por ele e por seus pares nas redes sociais. As mensagens foram relatadas para embasar o voto de Moraes na sessão que decidiu pela continuidade do inquérito que apura "fake news" contra o Supremo.

A sessão plenária do dia 17 foi transmitida na íntegra pela TV Justiça. Como é possível observar no vídeo com a fala completa de Moraes, ele precede a leitura dos exemplos de ameaças ao STF afirmando: “peço uma redobrada atenção para algumas frases, algumas duras inclusive que vou ler e algumas agressões e ofensas feitas aos ministros do STF para que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão de críticas por mais ácidas que sejam e que devem existir e continuar com agressões, com ameaças e com coações".

O voto de Moraes a favor da continuidade do inquérito das "fake news" e a leitura dos trechos exibidos na peça de desinformação foram amplamente divulgados pela imprensa.

Alexandre de Moraes é ministro do STF desde março de 2017, quando foi nomeado pelo então presidente Michel Temer (MDB). Na época, ele era ministro da Justiça e da Segurança Pública. Antes disso, foi promotor no Ministério Público de São Paulo, ocupou cargos em secretarias do estado e da cidade de São Paulo e atuou como advogado.

Referências:

1. STF 1 e 2

2. TV Justiça

3. G1


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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