É falso que o Ministério da Saúde tenha orientado que familiares de pessoas mortas recentemente duvidem de atestados que apontem a Covid-19 como causa do óbito e questionem o médico responsável se foi feito exame para detectar a doença. A recomendação, que circula na redes sociais como se fosse oficial, foi desmentida pela assessoria da pasta por meio de nota e não consta nas orientações do governo brasileiro sobre o manejo de corpos no contexto do novo coronavírus.
A peça de desinformação tem sido compartilha especialmente pelo WhatsApp, por onde foi enviada leitores do Aos Fatos como sugestão de checagem (inscreva-se aqui). Ela também circula em posts no Facebook que acumulavam cerca de 2.000 compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira (1ø e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação disponibilizada pela rede social (saiba como funciona).
ATENÇÃO. Aos parentes das vítimas de óbito recentes: não aceitem atestados de óbito em que o médico estiver atribuindo a causa morte ao COVID-19.
Publicações que circulam nas redes sociais simulam um comunicado oficial do Ministério da Saúde que recomenda que parentes de pessoas mortas recentemente não aceitem atestados em que a a Covid-19 for apontada como causa do óbito. Segundo a peça de desinformação, é preciso questionar o médico responsável pelo atestado se foi feito exame para detectar a doença. Por meio de nota, a pasta negou a autenticidade do comunicado e disse que “a referida publicação é FakeNews”.
O Ministério da Saúde afirmou, ainda, que todas as orientações referentes a óbitos constam no documento “Manejo de corpos no contexto do novo coronavírus”, publicado no dia 25 de março. Segundo o material, caso haja suspeita de que a morte foi decorrente de Covid-19, deve ser feito um exame com coleta post mortem pelo serviço de saúde. Somente após o resultado será estabelecida a causa da morte. Caso seja confirmado o diagnóstico de Covid-19, o sistema de vigilância epidemiológica local deve ser notificado.
A peça de desinformação tem circulado nas redes desde o final de semana, quando diversas publicações passaram a sugerir que haveria uma supernotificação de óbitos por Covid-19 no Brasil. Nessa seara, Aos Fatos já desmentiu que a morte de um borracheiro por acidente de trabalho teria sido usada pelo governo do estado para inflar estatísticas oficiais de letalidade do novo coronavírus e que a morte de um traficante pela polícia foi noticiada como se tivesse sido causada pelo novo coronavírus.
Referências:
1. Ministério da Saúde
2. Aos Fatos (Fontes 1 e 2)
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