🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Militar assassinado em Campinas não integrava grupo de fiscalização das eleições

Por Luiz Fernando Menezes

10 de novembro de 2022, 15h49

Não é verdade que o militar assassinado na última segunda-feira (7) a caminho do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), era integrante do grupo do Ministério da Defesa que fiscalizou as eleições de 2022, como afirmam publicações nas redes sociais. O nome de Ricardo Mendes de Sena, que era músico das Forças Armadas, não consta nas listas de indicados pela pasta entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A peça de desinformação acumula mais de 2 milhões de visualizações no TikTok e 10 mil curtidas no Instagram até esta quinta-feira (10). O vídeo com a falsa legenda também circula no WhatsApp (fale com a Fátima).


Selo falso

Um dos oficiais das F. A. responsável pela auditoria das Urnas Eletrônica[s] foi morto a caminho do aeroporto Viracopos

Reportagem sobre morte de militar circula com legenda enganosa de que ele integrava grupo de fiscalização das urnas

É enganosa a legenda inserida em reportagem do Jornal EPTV, afiliada da Globo na região de Campinas (SP), para sugerir que um dos militares que integravam o grupo indicado pelo Ministério da Defesa para fiscalizar as eleições teria sido assassinado. A notícia original se refere ao assassinato do oficial da Aeronáutica Ricardo Mendes de Sena, ocorrido na segunda (7), no caminho para o aeroporto de Viracopos. Ele morava em Brasília, era músico formado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e atuava como tubista das Forças Armadas. Não há qualquer informação sobre uma suposta participação do militar no grupo de fiscalização das urnas eletrônicas.

Ricardo Mendes de Sena não consta nas listas dos indicados pelo Ministério da Defesa para integrar a equipe das Forças Armadas para atuar nos procedimentos de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação.

Em junho, a pasta indicou dez nomes, sendo três da Aeronáutica:

  • coronel Wagner Oliveira da Silva;
  • tenente-coronel Rafael Salema Marques;
  • e capitão Heitor Albuquerque Vieira.

Em agosto, a Defesa pediu a inclusão de mais nove militares, sendo outros três da Força Aérea:

  • major Diego Bonato Langer;
  • capitão Davison Silva Santos;
  • e primeiro-sargento David de Souza França.

Aos Fatos entrou em contato com o Ministério da Defesa na quarta (9) e na manhã desta quinta (10) para pedir um posicionamento sobre o caso, mas ainda não teve retorno até a publicação.

Contatado, o TSE informou que não possui o nome dos integrantes da equipe, mas ressaltou que Ricardo Mendes de Sena não participou da inspeção do código-fonte das urnas eletrônicas em agosto deste ano. O tribunal também disse que o representante dos militares na CTE (Comissão de Transparência das Eleições) era o general Heber Portella.

O Ministério da Defesa apresentou no fim na tarde de quarta (9) seu relatório sobre o sistema eleitoral brasileiro, produzido durante a eleição deste ano. O ofício diz que não foi encontrada nenhuma irregularidade na totalização de votos e sugere melhorias para o processo eleitoral. Os militares verificaram o teste de integridade das urnas eletrônicas e checaram possíveis incongruências na totalização dos votos. A expectativa era de que a equipe entregasse um relatório para cada turno, mas não houve divulgação de nenhum documento após a primeira fase do pleito.

Além da pasta, o TCU (Tribunal de Contas da União) publicou análises sobre os dois turnos das eleições deste ano com base nos boletins de urna de 604 equipamentos. Os auditores não encontraram nenhuma irregularidade.

Referências:

1. G1 (1 e 2)
2. Bnews
3. Ministério da Defesa (1, 2 e 3)
4. TSE (1 e 2)
5. Yahoo! Notícias
6. TCU

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