Não é verdade que foi detectada a presença de metanol em lotes de Coca-Cola, como alegam posts nas redes. As peças de desinformação compartilham o print de um texto que imita a estrutura do g1, mas que nunca foi publicado pelo site. A Coca-Cola e as polícias civis de Minas Gerais e São Paulo desmentiram a veracidade da alegação.
O conteúdo falso acumulava ao menos cinco milhões de visualizações no TikTok e milhares de compartilhamentos no Facebook e no Instagram até a tarde desta segunda-feira (6).
Metanol é detectado em lotes da Coca-Cola

Publicações nas redes compartilham um print falso do g1 para alegar que teria sido detectada a presença de metanol em lotes de Coca-Cola. Além de o portal de notícias não ter publicado nenhum texto do tipo, a alegação falsa foi desmentida pela Coca-Cola e pelas polícias civis de Minas Gerais e São Paulo.
"São falsos os vídeos que circulam nas redes sociais associando a Coca-Cola a bebidas adulteradas com metanol. Não existe qualquer relação entre nossos produtos e os casos mencionados, nem há nenhuma investigação em andamento sobre a companhia. Reafirmamos que todas as nossas bebidas seguem rigorosos padrões de qualidade e segurança e são 100% seguras para consumo", afirmou a empresa em nota ao Aos Fatos.
Algumas publicações alegam que os lotes teriam sido apreendidos em São Paulo e Minas Gerais. Questionada, a Polícia Civil paulista afirmou não ter divulgado nenhuma informação sobre marcas de bebidas contaminadas. Já a corporação mineira informou que não há registro sobre as situações mencionadas.
Aos Fatos já revelou a existência de diversos sites que possibilitam, de maneira simples, a fabricação de imagens e links que imitam sites noticiosos ou publicações em redes sociais.

Casos de metanol. De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, o número de notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, entre investigados e confirmados, é de 225. Duas pessoas morreram em decorrência do envenenamento.
Do total de registros, 192 ocorreram em São Paulo, sendo 14 confirmados e 178 em investigação.
A Polícia Civil de São Paulo apura a suspeita do uso de metanol na higienização das garrafas utilizadas na falsificação das bebidas em fábricas clandestinas. Paralelamente, a Polícia Federal avalia o possível envolvimento de organizações criminosas na adulteração dos produtos.
Aos Fatos também já desmentiu supostos casos de contaminação por metanol no café, na água mineral, no leite e até mesmo no gás de cozinha.
O caminho da apuração
Aos Fatos entrou em contato com a Coca-Cola e as polícias civis de estados citados pelas peças enganosas, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Também realizamos buscas com os termos ‘coca cola’ e ‘metanol’ no site do g1 e no site Wayback Machine, que armazena publicações de diversos sites, para verificar se de fato houve uma publicação do tipo, mas não foram encontrados resultados.




