🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2019. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Meme distorce ao comparar posições do Brasil em ranking educacional da OCDE

Por Amanda Ribeiro

23 de maio de 2019, 16h12

Um meme distorce dados ao publicar gráficos que mostram queda do Brasil nos rankings do Pisa, avaliação internacional de estudantes, para sustentar que a educação piorou com Fernando Haddad (PT) no MEC, entre 2005 e 2012. Apesar de os dados estarem corretos, a queda foi provocada mais pela inclusão de 25 novos países no levantamento nesse período do que pelo desempenho dos estudantes brasileiros. Na verdade, as pontuações das avaliações de 2006, 2009 e 2012 indicam melhora no aprendizado escolar.

Publicados desde domingo (19), posts com a desinformação já acumulam cerca de 8.300 compartilhamentos no Facebook e foram marcados por Aos Fatos com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação (entenda como funciona).


DISTORCIDO

Ainda que seja fato a queda do Brasil no ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) entre 2006 e 2012, período em que Fernando Haddad (PT) esteve à frente do Ministério da Educação, a posição do país na lista não é o dado mais indicado para avaliar a evolução do desempenho educacional dos estudantes brasileiros, já que a avaliação ganhou a adesão de 25 novas nações ao longo desses anos, o que tornou indevida a comparação entre as edições.

Se analisada a pontuação do Brasil nas edições do programa, que podem ser comparados entre si, os dados mostram melhora nas três áreas avaliadas (matemática, leitura e ciências) pelo programa da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Em 2006, cerca de um ano após Haddad assumir o MEC, o Pisa ampliou o número de participantes de 40 para 57 países. O Brasil ficou na 53ª posição em matemática, com 370 pontos; na 49ª em leitura, com 393 pontos; e na 52ª posição em ciências, com 390 pontos.

Na edição seguinte, em 2009, mais oito nações integraram a avaliação, que passou a contar com 65 países. O Brasil, então, ficou em 57° lugar em matemática, com 386 pontos; 53° em leitura, com 412 pontos; e 53° em ciências, com 405 pontos. Observe que, apesar de obter pontuações melhores, o país perdeu posições em relação ao ano anterior, como resultado da inclusão de novas nações no ranking.

Em 2012, última edição do Pisa com Haddad como ministro da Educação, e que avaliou 65 países, o Brasil ficou na 58ª posição em matemática, com 389 pontos; 55ª em leitura, com 407 pontos; e 59ª em ciências, com 402 pontos.

As pontuações daquele ano indicam, de fato, queda no desempenho dos estudantes na avaliação internacional, à exceção de matemática, na comparação com a edição anterior. Porém, também revelam melhora da performance do país em relação a 2006 e à primeira participação do Brasil no Pisa, em 2000 (quando foram registrados 334 pontos em matemática, 396 em leitura e 375 em ciências).

Coordenado pela OCDE em parceria com instituições locais, o Pisa é aplicado a alunos de 15 anos para medir o grau de qualidade da educação básica. As avaliações ocorrem a cada três anos. Na última edição da prova, em 2015, participaram 35 países membros da OCDE e 35 nações parceiras — como o Brasil.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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