Não é verdade que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou um empréstimo de US$ 1,1 bilhão para a Odebrecht construir uma ferrovia em Angola. Ainda que o país africano tenha firmado contrato com a empreiteira em março deste ano para a construção de um trecho da estrada Caminho de Ferro de Benguela, o projeto não tem previsão de recursos do governo brasileiro.
As publicações enganosas acumulavam ao menos 65 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quinta-feira (20).
Bom dia, pessoal trago boas notícias. O nosso digníssimo presidente do amor autorizou a despesa de 1,168 milhões de dólares ( US$ 1.168.000.000 x R$ 5,05 = R$ 5.898.400.000 ), que, em reais, dá 5 bilhões 898 milhões e 400 mil reais de empréstimo a Angola através do BNDES para a Odebrecht construir uma ferrovia.
O governo de Angola divulgou em 29 de março deste ano que as empresas brasileiras OEC (Odebrecht Engenharia & Construção) e Bento Pedroso Construções venceram uma licitação de US$ 1,1 bilhão para a construção de um trecho da ferrovia Caminho de Ferro de Benguela, uma das mais importantes do país. Entretanto, diferentemente do que sugerem publicações nas redes, o empreendimento não tem previsão de receber aportes financeiros ou participação da gestão Lula.
Ao Aos Fatos, a OEC negou que o governo federal tenha financiado ou esteja envolvido de alguma forma com a obra em Angola. Também não há qualquer citação ao Brasil na nota oficial divulgada pelo governo do país africano ou no despacho do presidente angolano, João Lourenço, que liberou a obra.
Também não há dados sobre novas operações de exportação de serviços de engenharia do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a Angola. Ao longo dos primeiros dois mandatos de Lula e da gestão de Dilma Rousseff (PT), o país chegou a receber R$ 3,2 bilhões em financiamentos, mas quitou toda a sua dívida com o governo brasileiro em 2019.
A Agência Lupa e o Boatos.org também publicaram checagens sobre o tema.