Bolsonaro repete mentiras que marcaram seu mandato horas antes de embarcar aos EUA

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Em seu penúltimo dia de mandato e poucas horas antes de embarcar para os Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu uma transmissão em suas redes, nesta sexta (30), para reciclar mentiras que espalhou durante quatro anos. Ele inflou conquistas do seu mandato, inventou alegações para se defender de ter espalhado informações falsas — e afirmou ter estudado possibilidades para reverter a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro não passará a faixa ao sucessor.

Como foi praxe durante todo o governo, o presidente da República mentiu para se defender de críticas e maquiar seus feitos nos últimos quatro anos. Repetiu, por exemplo, que não havia vacinas disponíveis em 2020, que ele não teria relacionado os imunizantes com o vírus do HIV — fato investigado em inquérito da Polícia Federal — e que seu governo teria arrecadado mais dinheiro mesmo tendo diminuído a carga tributária. Todas essas mentiras são recicladas.

O presidente também classificou como legítimas e pacíficas as manifestações que clamam por um golpe militar, apesar da escalada de violência, e criticou a tentativa de atentado terrorista confessada à polícia por um de seus apoiadores. Bolsonaro disse que não era hora de “ir para o tudo ou nada”. “Nós não queremos o confronto. Nem estimulo ninguém a partir para o confronto. É a pior maneira de você tentar resolver o assunto.”

Parte do tempo da transmissão também foi reservada para comentar sobre o governo Lula, que toma posse no próximo domingo (1º). Bolsonaro criticou a escolha de ministros, disse que o novo governo já começa “capenga” e alegou de maneira falsa que a futura equipe econômica pretende taxar o Pix, desinformação que marcou o segundo turno das eleições. Foi a primeira vez em que se referiu ao “novo governo”, uma vez que jamais reconheceu a derrota ou felicitou Lula pela eleição.

Aos Fatos apurou que, durante o mandato, Bolsonaro mentiu mais de quatro vezes por dia. Mais de 70% das alegações falsas foram repetidas, como as colocadas durante a sua despedida do cargo presidencial.

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