Lewandowski tomou, sim, vacina contra a Covid-19

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São enganosas as publicações que afirmam que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não se vacinou contra a Covid-19. As peças de desinformação usam a notícia de que o ministro impôs sigilo de cem anos sobre seu cartão de vacinação como se fosse prova de que ele não se imunizou. Horas após decretar o sigilo, Lewandowski tornou público o seu cartão, com a prova de que já tomou seis doses de vacina.

Posts com a alegação enganosa somavam centenas de compartilhamentos no Threads e no Facebook e centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (25).

[Lewandowski] Não tomou o veneno, mas enganou multidões

Texto do Hora Brasília com o título “Lewandowski nega acesso a seu cartão de vacina e impõe sigilo de 100 anos’ é acompanhado da legenda ‘e vc achando que eles tomaram kkkkk Eles sabem de tudo, vc acha mesmo que eles vão se matar? Eles só querem reduzir os otários, porq só otário tomou, fala vdd! Não conheço ninguém inteligente que caiu nessa armadilha de quinta categoria”

Publicações têm distorcido uma reportagem do portal Metrópoles para alegar que Ricardo Lewandowski não teria tomado a vacina contra a Covid-19. Apesar de ter inicialmente imposto sigilo sobre as informações de seu cartão vacinal, o próprio ministro divulgou mais tarde o documento que prova que foi, sim, vacinado.

A confusão teve início com a publicação do texto “Lewandowski põe 100 anos de sigilo em cartão de vacina” na coluna de Tácio Lorran, no Metrópoles. Segundo o texto, publicado na madrugada de segunda-feira (24), o governo teria negado o pedido de LAI (Lei de Acesso à Informação) que solicitava acesso ao cartão de vacinação do ministro.

Horas depois, no entanto, às 12h, Lewandowski enviou ao Metrópoles o certificado que prova que se vacinou seis vezes contra a Covid-19 entre 2021 e 2024 (veja abaixo). Os dados sobre outras vacinas, no entanto, permanecem sob sigilo.

Documento expedido pelo Ministério da Saúde com o nome de Enrique Ricardo Lewandowski mostra seis vacinas: três em 2021, uma em 2022, uma em 2023 e uma em 2024.
Lewandowski tomou duas doses da vacina da Sinovac e quatro da Pfizer (Reprodução/Metrópoles)

Em nota, o ministério alegou que indeferiu o pedido de LAI porque “os dados solicitados são classificados como dados pessoais sensíveis, nos termos do art. 5º, inciso II, da LGPD, por estarem relacionados à saúde de uma pessoa natural”.

Mesmo após a publicação do cartão de vacinação no início da tarde da última segunda-feira (24), usuários continuaram divulgando a informação de que Lewandowski havia se negado a compartilhar os dados.

Diferentemente do que alegam os posts enganosos, evidências científicas atestam que os imunizantes aprovados contra a Covid-19 são seguros e eficazes na redução das chances de se desenvolver um quadro grave da doença.

O caminho da apuração

Aos Fatos procurou pelo texto citado nas peças de desinformação e encontrou tanto a coluna original do Metrópoles quanto o outro texto, também do site, que explicava que Lewandowski liberou os dados vacinais sobre a Covid-19.

Referências

  1. Metrópoles (1 e 2)
  2. Planalto
  3. Ministério da Saúde

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