Incêndio no prédio da Enel no Chile não foi motivado por apagão

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São enganosas as publicações que compartilham um vídeo do incêndio do prédio da Enel em Santiago, no Chile, em 2019, como se mostrasse a reação de manifestantes à má qualidade dos serviços da concessionária. O prédio da empresa foi incendiado durante um ato político que tinha como pauta o aumento da tarifa do metrô, e não um blecaute, como sugerem as peças de desinformação.

O vídeo descontextualizado acumulava mais de 50 mil curtidas no Instagram e 2.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (15). A peça de desinformação também circula no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

Em outubro de 2019, chilenos atearam fogo no prédio da Enel. Na falta de luz elétrica, a solução é fazer fogueira

Imagem de incêndio em edifício circula com legenda ‘Em outubro de 2019, chilenos atearam fogo no prédio da Enel’.

Um vídeo que mostra um incêndio ocorrido no prédio da Enel em Santiago, em 2019, tem circulado nas redes fora de contexto para sugerir que manifestantes teriam ateado fogo à sede da empresa em protesto contra a má qualidade dos serviços de fornecimento de energia. Isso não é verdade.

As imagens foram registradas em outubro de 2019. Naquela época, houve uma onda de protestos na capital chilena contra o aumento da tarifa do metrô. Diferentemente do que alegam as peças de desinformação, não há registro de que apagões ou problemas de fornecimento de energia estivessem entre as pautas dos atos.

Na noite de 18 de outubro, durante uma manifestação, um incêndio se alastrou pelo prédio da Enel, no centro de Santiago. De acordo com as autoridades, o fogo foi iniciado por duas pessoas, que incendiaram um armazém localizado na lateral da sede da empresa.

As peças de desinformação começaram a circular nas redes após o apagão ocorrido em São Paulo na última sexta-feira (11) e que se estende até hoje em alguns locais da cidade. Autoridades como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) cobram providências da Enel, que detém a concessão da capital paulista desde 2018.

O UOL Confere também desmentiu esta peça de desinformação.

O caminho da apuração

Aos Fatos procurou notícias na imprensa brasileira e chilena sobre o incêndio do prédio da Enel em 2019 para explicar a motivação por trás do fogo.

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