Ao contrário do que afirma imagem que circula nas redes sociais neste sábado (6), não é verdade que Fernando Haddad (PT) já gastou R$ 29 milhões nesta campanha presidencial, que as despesas de Henrique Meirelles (MDB) foram maiores do que as de Geraldo Alckmin (PSDB) e que Jair Bolsonaro (PSL) só gastou “o Wi-Fi de casa”. Aos Fatos checou as despesas de campanha declaradas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e atestou que essas informações não procedem.
A imagem com o texto enganoso foi publicada por um perfil pessoal no Facebook nesta sexta-feira (5) e já tem mais de 4.500 compartilhamentos. Ela foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona). Conteúdo parecido foi denunciado por leitores do Aos Fatos via WhatsApp. Para se inscrever, envie mensagem para o número (21) 99747-2441 e siga as orientações.
Leia abaixo, em detalhes, o que checamos.
Gastos com campanha presidencial 2018. Meirelles: R$ 45 milhões; Alckmin: R$32 milhões; Haddad: R$ 29 milhões; Ciro: R$ 10 milhões; Marina: R$ 4 milhões; Bolsonaro: Wi-Fi de casa
A imagem com os gastos de campanha dos candidatos à Presidência da República mostra a ordem quase correta de despesas (do que mais gastou ao que menos gastou), segundo o site de divulgação de candidaturas do TSE, que traz todas as receitas e despesas declaradas. Os valores expostos, porém, não condizem com a realidade.
Nessa eleição, o limite de despesas dos candidatos ao Planalto é de R$ 70 milhões. Os dois candidatos que mais gastaram foram os do PSDB e MDB.
Geraldo Alckmin (PSDB) contratou R$ 51,5 milhões e pagou R$ 41,7 milhões. Suas maiores despesas foram com doações financeiras a outros candidatos ou partidos (R$ 16,5 milhões), produção de programas audiovisuais (R$ 15,2 milhões) e publicidade por materiais impressos (R$ 7,3 milhões).
Henrique Meirelles (MDB) apresentou, até hoje, véspera da eleição, R$ 43,5 milhões de despesas contratadas e R$ 31 milhões de despesas pagas. Suas três principais despesas foram com produção de programas audiovisuais (R$ 24,7 milhões), criação de páginas na internet (R$ 5,8 milhões) e pesquisas e testes eleitorais (R$ 3,4 milhões).
Fernando Haddad (PT) apresentou um total de R$ 12 milhões em despesas contratadas e de R$ 10,2 milhões em despesas pagas. O petista também gastou mais com doações financeiras a outros candidatos ou partidos (R$ 4 milhões), produção de programas de rádio, televisão ou vídeo (R$ 2,7 milhões) e pesquisas ou testes eleitorais (R$ 1,3 milhão).
Ciro Gomes (PDT) contratou um total de R$ 8,3 milhões e pagou cerca de R$ 8 milhões. Seu maior gasto é com publicidade por materiais impressos (R$ 2,4 milhões), produção de programas de rádio (R$ 2,2 milhões), televisão ou vídeo e publicidade por adesivos (R$ 1,3 milhão).
Marina Silva (Rede) contratou em sua campanha R$ 4,9 milhões e gastou cerca e R$4,8 milhões. A candidata gastou mais com a produção de programas audiovisuais (R$ 1,8 milhão), publicidade por materiais impressos (R$ 1 milhão) e despesas com pessoal (R$ 965 mil).
E, por fim, Jair Bolsonaro (PSL) foi o que menos gastou em sua campanha, mas não só o “Wi-Fi de casa”, como sustenta a imagem. Seu total de despesas contratadas somou R$ 1,2 milhão, mas ele só gastou R$ 670 mil. Os três maiores gastos foram com serviços prestados por terceiros (R$ 347 mil), doações financeiras a outros candidatos ou partidos (R$ 345 mil) e produção de programas audiovisuais (R$ 240 mil).
As despesas foram informadas pelas candidaturas acima entre quarta-feira (3) e sexta-feira (5). A exceção é a de Henrique Meirelles, cuja última atualização de gastos foi feita ao TSE em 18 de setembro.
Aos Fatos produziu um guia para ensinar como qualquer pessoa pode acessar informações sobre os candidatos, como gastos de campanha. Você pode acessá-lo aqui.