Rede popular entre adolescentes, o iFunny foi removido da loja de aplicativos Google Play dias após reportagem do Aos Fatos mostrar que a rede social havia se tornado um antro de publicações preconceituosas e de divulgação de extremismo.
Ao se buscar por iFunny no Google Play, o aplicativo da rede não está mais disponível. Ainda é possível acessar a página pelo navegador, mas ao se tentar fazer o download, uma mensagem informa que o item não está disponível no Brasil.
- No final de julho, o Aos Fatos mostrou que posts racistas e machistas circulavam no iFunny sem moderação da plataforma;
- A reportagem também denunciou que a rede social era usada por extremistas para disseminar discurso de ódio e divulgar links para grupos de mensagens;
- Em julho, usuários da plataforma denunciaram que o iFunny havia passado até por uma explosão de pornografia infantil, criticando a falta de ação da empresa para lidar com o problema;
- Parte dessas denúncias foram feitas no próprio Google Play;
- O Google Ads exibia anúncios nesses conteúdos criminosos, conforme outra reportagem do Aos Fatos revelou;
- Um post neonazista com teorias da conspiração sobre judeus chegou a ser flagrado junto a anúncio do Boticário, empresa fundada por um descendente de sobreviventes do holocausto;
- Segundo o MPF (Ministério Público Federal), existe ao menos um procedimento aberto no país, em São Paulo, envolvendo a rede social e racismo — a investigação está sob sigilo.
O Aos Fatos procurou o Google para perguntar os motivos que levaram à remoção do aplicativo. A reportagem questionou se isso teria ocorrido por iniciativa da própria empresa ou por determinação de alguma autoridade. Assim como havia feito nas duas reportagens anteriores, o Google não respondeu.
A remoção do iFunny do Google Play chegou a virar piada na própria plataforma. “Já pararam pra pensar que agora que o iFunny não está na PlayStore a gente é tipo uma comunidade secreta?”, publicou um usuário.
Outros brincaram que a derrubada do aplicativo seria uma estratégia dos próprios responsáveis da empresa, para atrapalhar as investigações ou despistar jornalistas.
Ao ser procurado pelo Aos Fatos para comentar a proliferação de conteúdos criminosos, em julho, o iFunny afirmou que levava suas obrigações legais “muito a sério” e que sua moderação de conteúdo incluía sistemas automatizados de inteligência artificial, revisão humana de posts denunciados e análise independente. “Quando um conteúdo que viola nossas políticas é identificado, buscamos removê-lo o mais rápido possível”, declarou a companhia.