Não é Thomas Jendges, ex-diretor de um hospital na Alemanha que se suicidou em 2021, o homem que afirma em vídeo nas redes sociais que a Covid-19 não existe e que a pandemia é um plano de “ditadura mundial” (veja aqui). O autor da gravação, na realidade, é o ginecologista alemão Guido C. Hofmann, notabilizado naquele país pelas críticas e pela desinformação sobre medidas adotadas para conter o novo coronavírus.
As publicações com o conteúdo enganoso somavam ao menos 10.100 compartilhamentos nesta quinta-feira (13) no Facebook.
Diretor do maior hospital da Alemanha se suicidou. Ouça o que ele revelou neste vídeo antes de se suicidar.
O homem que diz no vídeo que a pandemia de Covid-19 não tem relação com vírus e seria uma tentativa de implantar uma “ditadura mundial” não é Thomas Jendges, ex-diretor de um hospital em Chenmitz, na Alemanha, que se suicidou em novembro de 2021. O registro mostra o ginecologista alemão Guido C. Hofmann, que está vivo.
O vídeo foi gravado em agosto de 2020 e compartilhado por Hofmann em seu canal no Telegram em setembro. Três meses depois, em novembro, o médico voltou a compartilhar a gravação para afirmar que ele era o autor. O ginecologista é conhecido na Alemanha por se posicionar contra medidas para conter a doença e por disseminar desinformação a respeito da pandemia.
Aos Fatos não encontrou vídeo ou publicação de Thomas Jendges com o mesmo teor que o de Hofmann. Em agosto de 2021, o hospital Chemnitz divulgou que abriria um ponto de vacinação, e o então diretor afirmou que a imunização reduz significativamente o risco de infecção e casos graves da Covid-19. Além disso, o Jendges foi uma das primeiras pessoas na unidade a receber uma dose da vacina.
Em 2 de novembro de 2021, Jendges morreu ao se jogar do telhado do hospital onde trabalhava, segundo informações obtidas pelo jornal alemão Freie Press e pela Reuters com autoridades municipais e policiais locais.
Também é falsa a alegação presente nas postagens de que a Covid-19 não é causada por um vírus, como já checado por Aos Fatos. O Ministério da Saúde e universidades, como USP (Universidade de São Paulo), Harvard e Oxford, atestam que a doença é causada pelo coronavírus Sars-CoV-2.
Esta peça de desinformação também circulou na Alemanha, nos EUA, Espanha e Bolívia, onde foi verificada por DPA, Reuters, Maldita, Newtral e Bolívia Verifica.
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