Não é verdade que o governo japonês exigiu que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fosse mantida fora de encontros com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Além de Kishida não ocupar mais o cargo desde o ano passado, a Embaixada do Japão informou que não houve qualquer ordem para impedir que a primeira-dama participasse de reuniões com ou sem a presença de Lula.
As peças enganosas somavam cerca de 1 milhão de visualizações no TikTok, além de centenas de compartilhamentos no Facebook e no X até a tarde desta sexta-feira (28).
Urgente! Japão exige retirada de Janja dos encontros de Lula e Fumio Kishida

Posts nas redes enganam ao afirmar que o Japão exigiu que Janja não participasse de encontros oficiais com o primeiro-ministro Fumio Kishida durante a viagem da comitiva presidencial ao país. As peças de desinformação disseminam duas mentiras:
- Kishida não é mais primeiro-ministro do Japão desde setembro de 2024, quando renunciou ao cargo;
- Tanto a Embaixada do Japão quanto o governo federal negaram a existência de uma ordem para manter Janja afastada de reuniões oficiais.
Além disso, não há registros de que Lula e Janja tivessem marcado algum encontro com Kishida, que atualmente não ocupa cargo político no país.
Janja chegou ao Japão uma semana antes de Lula e cumpriu uma agenda diferente do petista. A primeira-dama se encontrou com mulheres brasileiras imigrantes no Japão para tratar de questões como a violência doméstica e participou de evento promovido pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento).
Lula e Janja foram oficialmente recebidos pelo imperador do Japão Naruhito e pela imperatriz Masako. Na cerimônia também esteve presente o atual primeiro-ministro do país, Shigeru Ishiba, e o príncipe herdeiro, Akishino, irmão do imperador. O casal brasileiro participou também de um banquete oferecido pelo casal imperial na última terça (25).
O caminho da apuração
Aos Fatos consultou a Embaixada do Japão no Brasil e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Contextualizamos também o caso com informações publicadas pela imprensa.



