🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Foto mostra refugiados na Tunísia em 2011, não imigrantes venezuelanos

Por Marco Faustino

29 de junho de 2021, 17h01

Uma foto de 2011 que mostra imigrantes bengalis após cruzarem a fronteira da Líbia com a Tunísia tem circulado nas redes sociais (veja aqui) como se retratasse venezuelanos fugindo do governo de Nicolás Maduro. O registro foi feito na época pelo fotógrafo espanhol Emilio Morenatti e veiculado pela agência de notícias AP (Associated Press).

Posts com a atribuição enganosa da foto reuniam ao menos 43.500 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (29) e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma ‌(‌saiba‌ ‌como‌ ‌funciona‌).


Diferentemente do que alegam as postagens checadas, a foto não mostra venezuelanos fugindo da "ditadura de Nicolás Maduro", mas um grupo de imigrantes de Bangladesh que havia acabado de cruzar a fronteira da Líbia com a Tunísia em direção a um campo de refugiados. A imagem foi registrada em março de 2011 pelo fotógrafo espanhol Emilio Morenatti e disponibilizada pela agência de notícias AP (Associated Press).

A foto retrata centenas de bengalis que trabalhavam na Líbia e que, com a eclosão da guerra civil naquele país, fugiam para a Tunísia na esperança de retornar para Bangladesh. Ao contrário dos imigrantes de países como Egito, Vietnã e China, cujos governos rapidamente se mobilizaram pela repatriação, os bengalis se queixavam da lentidão das autoridades.

Embora a foto esteja fora de contexto, a Venezuela é hoje o segundo país com maior número de deslocados no mundo, depois da Síria, segundo a ACNUR (Agência das Nações Unidas para os Refugiados). Cerca de 5,4 milhões de venezuelanos deixaram suas casas e estão vivendo na condição de refugiados ou imigrantes.

A Colômbia é o país que abriga o maior contingente, cerca de 1.742.000 de pessoas. Na sequência vem o Peru (1.049.000), Chile (457.300), Equador (431.000) e o Brasil (261 mil).

Referências:

1. AP Images
2. San Diego Union-Tribune
3. ACNUR


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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