🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Março de 2019. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Foto mostra ossadas de vítimas da ditadura na Argentina, não no Brasil

Por Bernardo Moura

27 de março de 2019, 19h55

Uma foto que mostra ossadas de vítimas da ditadura argentina encontradas em Córdoba, em 2002, tem sido falsamente atribuída nas redes sociais aos restos mortais de pessoas perseguidas pelo regime militar no Brasil e enterradas em uma vala no cemitério Dom Bosco, em Perus, na zona norte de São Paulo.

Denunciadas por usuários do Facebook, publicações que trazem essa desinformação já têm cerca de 4.000 compartilhamentos. Os posts foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Bolsonaro e seus motivos para comemorar a Ditadura Militar:

Valas comuns utilizadas durantes ditaduras militares...

Em São Paulo, arqueólogos escavaram a Vala de Perus que foi utilizada para descartar corpos durante a ditadura militar, foram mais de 1.000 ossadas encontradas. Se vc acha que há razões para comemorar essa data, procure um psicólogo!

A foto que circula com a falsa atribuição no Facebook mostra o trabalho de escavação da EAAF (Equipe Argentina de Antropologia Forense) iniciado em 2002 na região de San Vicente, em Córdoba, na Argentina. Em 2003, os responsáveis pelas buscas já haviam identificado cerca de cem corpos, que seriam todos de vítimas da ditadura militar argentina. Eles estavam em uma vala comum, a maior já encontrada no país vizinho, segundo o porta-voz da EAAF, Darío Olmo, disse à época.

Já a vala de Perus foi descoberta em 1990 no Cemitério Dom Bosco, em Perus, na zona norte da capital paulista, e continha sacolas com milhares de ossadas não-identificadas dentro de uma vala clandestina. Além de vítimas da repressão política, pesquisadores acreditam que a vala de Perus tenha ainda restos mortais de pessoas que foram alvo de chacinas e de grupos de extermínio.

No ano passado, a ossada de Dimas Antonio Casemiro, desaparecido no regime militar, foi a quarta a ser identificada entre as 1.049 que foram extraídas da vala de Perus.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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