Posts enganam ao afirmar que quatro líderes de grupos radicais islâmicos fotografados ao lado do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), em cerimônia no Irã, foram “eliminados por Israel”. Apesar de os posts identificarem corretamente os grupos de cada um dos homens, apenas Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, de fato foi assassinado durante ataques a Teerã.
Os posts enganosos, que dizem que os outros três homens também teriam morrido, atingiram mais de 90 mil visualizações no Instagram.
Chefes terroristas eliminados por Israel
Não é verdade que todos os líderes de grupos islâmicos que se sentaram próximos de Alckmin durante a cerimônia de posse do presidente do Irã foram mortos por Israel.
Imagens da transmissão do evento feita pela emissora iraniana Press TV e reproduzidas por veículos brasileiros registraram o vice-presidente brasileiro ao lado de quatro homens:
- o porta-voz dos Houthi, Mohammed Abdulsalam;
- o líder da Jihad Islâmica, Ziyad Al-Nakhalah;
- o vice-líder do Hezbollah, general Naim Assem;
- e Ismail Haniyeh, líder do Hamas.
Desses, Haniyeh foi morto em ataque de Israel a Teerã, ocorrido algumas horas depois do evento. Os outros três não estão entre os nomes de lideranças mortas por forças israelenses durante a guerra.
Posts nas redes sociais que disseminam a imagem com legenda enganosa passaram a circular após o governo israelense anunciar a morte de outro membro do alto escalão do Hamas, Yahya Sinwar, nesta quinta-feira (17). Ele havia assumido a liderança do grupo após o assassinato de Haniyeh em julho e não aparece na foto com Alckmin.
O caminho da apuração
Através de busca reversa de imagens e pesquisas por reportagens da imprensa, Aos Fatos identificou a origem das fotos disseminadas pelos posts enganosos e identificou as pessoas presentes nelas. Também apuramos a lista de nomes de lideranças mortas durante a guerra no Oriente Médio e contextualizamos os eventos.