Agência Brasil

🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2016. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Forças ocultas na Presidência do Brasil

Por Sérgio Spagnuolo

25 de abril de 2016, 00h54

Os períodos erráticos de democracia e ditadura nos últimos 70 anos geraram distorções no modelo republicano do país. Uma delas reside no fato de a maior parte dos governos brasileiros não durarem o esperado.

Desde 1985, com eleições direitas e estabilização institucional, a crescente estabilidade política permitiu avanços sociais e desenvolvimento econômico relativamente duradouros para os padrões nacional. Porém, no apogeu da crise política que engolfa desde 2014 a presidente Dilma Rousseff, o Brasil de hoje relembra bastante aquele do passado.

Reportagem da revista 'Super Interessante' mostrou que apenas cinco presidentes terminaram seus mandatos em quase cem anos no país. Comparado a países considerados desenvolvidos, por exemplo, nosso histórico é insatisfatório.

Reportagem da revista Super Interessante, apenas cinco presidentesmostrou que apenas cinco presidentes terminaram seus mandatos em quase cem anos no país. Comparado a países considerados desenvolvidos, por exemplo, nosso histórico é insatisfatório.

Nos EUA, no mesmo período, à exceção do presidente Richard Nixon, que renunciou em 1974 em meio a um processo de impeachment no Congresso, todos os presidentes --exceto os que morreram enquanto ainda no cargo-- cumpriram seus mandados, e poucos não foram reeleitos.

Segundo a revista Economist, os EUA (e muitos países europeus) têmmandatos com duração média de cinco a 10 anos, por conta de reeleições. Em média, presidentes no Brasil não chegaram a ficar três anos no poder desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Isso é verdadeiramente preocupante sobretudo porque, até Fernando Henrique Cardoso assumir a presidência, o mandato presidencial no país era de cinco anos. Depois, ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantiveram nos cargos os oito anos constitucionalmente previstos.

Se, por um lado, nos distanciamos de ditadores longevos, por outro não atingimos a maturidade necessária para engrossar fundamentos democráticos, como a estabilidade institucional e seu funcionamento sem sobressaltos.

PRINCIPAIS NÚMEROS
  • PERÍODO CONSIDERADO: 1946-2015 = 69 anos (desconsidera-se o mandato corrente)
  • TOTAL DE MANDATOS: 16
  • TOTAL DE PRESIDENTES: 25
  • MÉDIA DE PRESIDENTES POR MANDATO: 1,56
  • MÉDIA DE DURAÇÃO DOS MANDATOS: 69 anos/16 mandatos = 4 anos e 4 meses
  • MÉDIA DE DURAÇÃO DOS GOVERNOS: 69 anos/25 presidentes = 2,76 = 2 anos e 9 meses
FAZENDO AS CONTAS
  • 3 presidentes a cada 2 mandatos = 1 mandato completo, 1 não
  • Dos 16 mandatos, 11 foram cumpridos pela mesma pessoa do início ao fim. Sete pela mesma pessoa do início ao fim, democraticamente eleita
  • Em 69 anos, 7 presidentes foram eleitos diretamente, e apenas 5 encerraram seus mandatos
  • Dos 25 presidentes, 16 foram eleitos. Os outros 9 entraram por razão extraordinária (saída precoce do antecessor)
  • Dos 25 presidentes, 9 saíram antes do término do mandato (a saber: Vargas, Café Filho, Carlos Luz, Jânio, Mazzilli (2x), Goulart, Costa e Silva, Collor). Tancredo Neves não chegou a assumir
  • Dos 10 que saíram antes do término do mandato, 3 foram por razões de saúde
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