🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2015. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Força dos protestos varia conforme reputação do governo

20 de agosto de 2015, 19h26

Pode parecer óbvio, mas não é: faltava alguém que provasse isso com números, e não especulações. Ao longo deste ano, conforme subia a avaliação negativa do governo Dilma Rousseff, mais brasileiros sentiram-se impelidos a ir às ruas. Aos Fatos preferiu sair do plano das suposições e verificou que a curva de avaliação do governo, em todos os graus de satisfação, está relacionadas à presença de mais ou menos pessoas nos atos antigoverno.

Já que as manifestações deste domingo (16) em todo o país foram maiores do que as de abril e menores do que as de março, é possível aferir quando a crise cresce e quando ela retrai. Os gráficos abaixo ajudam a ilustrar o quadro.

Conforme o primeiro gráfico, baseado em pesquisa Datafolha feita em 4 e 5 de agosto, a quantidade de avaliações Ruim/Péssimo oscilou para baixo em abril último. Também foi nesse período que o governo conseguiu subir sua avaliação entre os que o consideram Regular, além de manter a de Ótimo/Bom. Não por acaso, as manifestações de abril foram mais esvaziadas do que as deste domingo e as de março.

O segundo gráfico baseia-se em números das polícias militares dos estados.Aos Fatos somou o que foi divulgado pela instituição em todas as capitais do país. Trata-se do único dado oficial disponível, ainda que de metodologia desconhecida e descentralizada. Foi desconsiderada a aferição realizada pelos organizadores, por não ter qualquer rigor metodológico objetivo.

O terceiro gráfico traz números coletados pelo Datafolha neste domingoapenas na região da avenida Paulista, em São Paulo. Embora a cidade rejeite mais o PT do que outros grandes centros, vê-se que a curva de participação nas manifestações obedece tendência divulgada pela PM em todo o país. E, por consequência, também tem relação com o crescimento e a queda na avaliação do governo.

É claro que as manifestações de março tiveram muito mais adesão do que as seguintes — talvez pelo fator novidade e pela falta de um método factível para contar multidões. A uniformidade do discurso deste protesto e o de abril também pode ter espantado um número significativo de pessoas. Neste domingo, conforme o Datafolha, 85% dos manifestantes disseram querer que Dilma renuncie ao cargo e 82% que sofra impeachment. Em abril, 77% queriam seu afastamento.

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