🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que futuros ministros de Lula foram condenados por centenas de crimes

Por Amanda Ribeiro

27 de dezembro de 2022, 13h51

Circula nas redes uma lista falsa de crimes atribuídos a futuros ministros do governo Lula (PT), elaborada a partir do número de processos judiciais que aparece no site Jusbrasil, que agrega informações públicas do Judiciário. Na pesquisa da página, futuros chefes de pastas do Executivo aparecem como autores, réus e advogados — os números não correspondem a condenações por crimes, como a peça desinformativa dá a entender. Como a busca foi feita por nome, também não é possível descartar a possibilidade de que parte dos processos diga respeito a homônimos.

Publicações que reproduzem as informações enganosas acumulavam ao menos 3.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (26). O conteúdo também tem sido difundido pelo WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Lista que atribui erroneamente número de processos listados no Jusbrasil a crimes cometidos pelos futuros ministros

Circula nas redes uma lista que atribui centenas de crimes a futuros ministros do governo Lula (PT), mas é falso que os números correspondam a delitos pelos quais eles foram condenados. A quantidade é similar à que aparece quando os nomes são buscados no site Jusbrasil, que compila dados do Judiciário. As ações incluem processos nos quais os nomes constam como autores, advogados e réus, e não é possível descartar a presença de homônimos.

Um exemplo é Silvio Almeida, nome indicado por Lula para o Ministério dos Direitos Humanos. Ao buscar pelo nome dele no Jusbrasil, há uma página com 548 processos, número próximo ao citado na lista (542). Almeida atua como advogado, o que amplia o número de ações com o seu nome — não é, portanto, autor, réu ou condenado em todos esses processos. O número diminui para 498 ao buscar o nome completo, Silvio Luiz de Almeida, o que aponta para a possível existência de homônimos.

Em nome do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB) — que foi juiz federal (1994–2006) e governador do Maranhão —, constam 277 processos listados no Jusbrasil, número idêntico ao citado na lista. Constam entre as ações algumas em que Dino aparece como autor, tal qual um processo movido contra o senador Roberto Rocha (PTB).

Camilo Santana (PT), futuro ministro da Educação, tem como listadas uma série de representações eleitorais, que perdem a validade após o fim do pleito em que são ajuizadas — ele foi governador do Ceará e deputado estadual, além de ter sido eleito senador neste ano.

A diferença entre os nomes dos futuros ministros e os possíveis homônimos aumenta no caso de Alexandre Padilha (PT), que assumirá a pasta de Relações Institucionais. Enquanto a busca por “Alexandre Padilha” retorna 135 processos, número similar ao citado pela peça de desinformação, a busca por “Alexandre Rocha Santos Padilha”, nome completo do futuro ministro, retorna 57 processos.

Referências:

1. Jusbrasil (1, 2, 3, 4, 5 e 6)
2. Warde Advogados
3. CNN Brasil
4. Leal & Varasquim Advogados

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