Demonstração sobre uso de preservativo em 2017 circula como aula para crianças no governo Lula

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Não se trata de uma aula de educação sexual para crianças nem foi gravado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um vídeo que mostra uma professora simulando como colocar um preservativo com a boca em um aluno, como fazem crer posts nas redes. A filmagem, na realidade, é de 2017 — quando Michel Temer (MDB) era presidente —, durante uma feira de Saúde na Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia).

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 260 mil curtidas no Instagram e 5.000 compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (28). As peças enganosas circulam também no TikTok e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

O Maior erro dos pais é deixar a escola educar seus filhos. Não a educação sexual nas escolas!

Print de post com título de reportagem do jornal Folha de S.Paulo “Governo federal retoma ensino de educação sexual e reprodutiva nas escolas” e comentários negativos

Publicações nas redes sociais fazem crer que um vídeo que mostra uma professora que simula como colocar um preservativo em um aluno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, durante uma feira de Saúde realizada na instituição em 2017, retrata uma aula de educação sexual para crianças. Os posts falam que a aula teria acontecido no governo Lula quando, na verdade, na época, Michel Temer era o presidente do país.

A ex-estudante da Uesb, Nathielle Brasileiro, informou ao Aos Fatos, que a feira foi organizada por estudantes do quinto semestre de Enfermagem e a filmagem feita em um stand destinado a educação sexual sobre ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Na época, Nathielle defendeu a docente e disse que ela não estava mostrando como se faz sexo oral, mas incentivando o uso do preservativo.

Era um local repleto de pessoas adultas. O intuito dela era somente incentivar o uso de preservativo até mesmo nas relações sexuais orais. Alguém teve a infelicidade de gravar e isso estourou da pior forma possível”, afirmou a ex-estudante.

O Aos Fatos tentou contato com a Uesb, mas não houve retorno.

O vídeo difundido pelas peças checadas inclui um trecho de uma matéria publicada na última quarta-feira (26), na Folha de S.Paulo, sobre o anúncio do Ministério da Saúde de retomar o ensino de educação sexual e reprodutiva nas escolas. A medida é parte do Programa Saúde na Escola — uma parceria entre a pasta e o Ministério da Educação desde 2007 —, mas que nos últimos anos abordou apenas pautas sobre alimentação saudável, prevenção de obesidade e promoção da atividade física.

Um vídeo gravado também em 2017 pela então procuradora aposentada Bia Kicis (PL-DF), que desde 2018 ocupa o cargo de deputada federal, também circula como recente. Nele, Kicis alega que a cena ocorreu em uma escola, o que é falso, e tece críticas à conduta da professora, a qual chama de molestadora.

O Aos Fatos tentou contato com a parlamentar, que não respondeu até a publicação desta checagem.

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