Não é verdade que tenha ocorrido um atentado contra crianças do município catarinense de Gaspar, como afirmam publicações nas redes. A prefeitura da cidade e a Polícia Militar de Santa Catarina descartaram que ocorreram outros ataques em escolas da região, após a chacina na creche Cantinho do Bom Pastor, na quarta-feira (5). O vídeo difundido pelas peças de desinformação mostra a ação de PMs em uma escola de ensino médio de Blumenau, após professores encontrarem um adolescente não matriculado na instituição.
Publicações com a alegação enganosa acumulavam mais de 560 mil visualizações no Twitter e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quinta-feira (6).
Infelizmente se confirmando outro atentado contra crianças na cidade de #Gaspar ao lado de #Blumenau.
Posts nas redes mentem ao difundir um vídeo que mostra a ação de PMs em uma escola de ensino médio de Blumenau, como se fosse de um atentado contra crianças em Gaspar (SC), o que não ocorreu. Em notas, a prefeitura do município e a PM descartaram outros ataques em escolas da região, além da chacina em Blumenau (SC), na quarta-feira (5), em que um homem invadiu uma creche e matou quatro crianças.
“A Polícia Militar de Blumenau informa que os boatos de novos ataques em escolas em Blumenau e Região são inverídicos. Trata-se de um fato isolado que já está sob investigação e o autor está detido”, diz um trecho da nota do 7º CRPM (Comando Regional de Polícia Militar). Já a Prefeitura de Gaspar afirmou que não houve incidentes em unidades de ensino da cidade.
O Aos Fatos identificou que o registro difundido pelas peças checadas foi gravado na Escola de Ensino Médio Elza Henriqueta Pacheco, em Blumenau, não em Gaspar, conforme comparativo feito a partir de imagens do Google Maps (veja abaixo):
Comparativo. Frames do vídeo (abaixo) e imagens do Google Maps (acima) revelam elementos idênticos, o que prova que o registro foi em frente a uma escola de Blumenau
Segundo informações obtidas por Evandro de Assis, jornalista e colunista do site local NSC Total, o vídeo retrata o momento em que policiais militares chegam na escola, também na manhã de quarta-feira, após professores notarem a presença de um adolescente de 17 anos não matriculado na instituição.
Ao ser abordado por volta das 9h, o jovem teria alegado que entrou na escola por “brincadeira” para “assistir às aulas num local diferente” de onde estuda. O adolescente aparentava não saber da tragédia na creche, localizada a cerca três quilômetros da escola, e não portava armas.
O Aos Fatos entrou em contato com as secretarias de Educação e Segurança Pública de Santa Catarina, mas não houve retorno. Por telefone, o 10° BPM (Batalhão de Polícia Militar) de Blumenau informou que agentes públicos passam por treinamento na tarde desta quinta-feira.