É falso que vídeo mostra arroz de plástico chinês e que produto será importado pelo governo Lula

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Cenas de um vídeo que circula nas redes sociais não mostram a fabricação de “arroz de plástico”. O registro compartilhado pelas peças enganosas, na realidade, é um compilado de reportagens e gravações sobre arroz — inclusive o arroz sintético, produzido na China a partir de farinha de trigo e outros alimentos, mas que não será importado pelo governo Lula.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1.500 curtidas no Instagram. Circulam também no Telegram e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

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[Vídeo mostra] arroz de plástico fabricado na China

Posts difundem compilado de vídeos como prova da producao de graos de arroz de plástico na China, mas em nenhum momento é mostrado que  mostrado nas cenas

Publicações nas redes sociais difundem um compilado de vídeos como prova de que grãos de “arroz de plástico” são produzidos na China, e que o produto, fabricado a partir de polímeros, será importado pelo governo Lula. Tudo isso é falso.

Por meio de busca reversa, Aos Fatos identificou a origem dos cinco vídeos que compõem o compilado difundido pelas peças enganosas, e explica abaixo o contexto de cada um deles.

1. ARROZ APREENDIDO NA NIGÉRIA

O primeiro vídeo retrata uma reportagem exibida em 2016 pela Channel Television, uma emissora de televisão da Nigéria, sobre 2,5 toneladas de arroz apreendido por autoridades alfandegárias do país africano.

As autoridades informaram que se tratava de uma carga de “arroz falso”, e que enviariam os grãos para análise em laboratório para saber de que materiais eram feitos. A análise concluiu que não se tratava de “arroz de plástico”, como chegou a ser cogitado na época, mas grãos contaminados com microorganismos.

2. INVESTIGAÇÃO NAS FILIPINAS


O segundo vídeo retrata uma reportagem exibida em 2015 pela ABS-CBN, uma emissora de televisão das Filipinas, sobre denúncias da comercialização de “arroz falso” na cidade de Davao. As autoridades do país investigaram as denúncias e não encontraram nenhuma evidência de que grãos de plástico estavam sendo vendidos no mercado filipino.

Na realidade, a aparência estranha do alegado “arroz falso” se devia apenas a um “processo de retrogradação” devido a um processo de congelamento, descongelamento e aquecimento do grão cozido. Em resumo, o “arroz falso” era somente “arroz velho”.

3. PRODUÇÃO DE GRÃOS DE ARROZ MISTURADOS COM FARINHA


O terceiro vídeo registra a fabricação de grãos de arroz sintéticos, produzidos na China a partir da mistura de grãos naturais quebrados e misturados com farinhas de milho, de soja e de trigo. Não há qualquer evidência de que haja plástico no alimento, como já checado pelo Aos Fatos.

4. GRÂNULOS DE PLÁSTICO


O quarto vídeo mostra o processo de produção de grânulos reciclados de plástico em uma empresa sediada na Coreia do Sul. Os grânulos são utilizados para proteger objetos frágeis durante o armazenamento e transporte. Em 2021, o mesmo vídeo circulou como se mostrasse a produção de arroz de plástico na Índia, e na época, o caso foi desmentido pela Factly.

5. GRÃOS QUEIMADOS DE ARROZ


O quinto e último vídeo mostra grãos de arroz sendo levados ao fogo. As cenas são acompanhadas da fala de um indivíduo que alega, sem provas, que o aspecto dos grãos em chamas não seria natural. O escurecimento mostrado, no entanto, é decorrente de um processo de carbonização do grão natural e incompatível com o processo de derretimento que ocorreria se fosse de plástico

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Importação. A compra de grãos sintéticos de arroz não estava prevista no leilão realizado pelo governo federal para garantir o abastecimento de arroz por conta das enchentes no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (6). O insumo listado no aviso de compra é o arroz beneficiado, polido, longo fino, tipo um, da safra 2023/2024.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o arroz beneficiado é o grão maduro proveniente da espécie Oryza sativa L, o que exclui o arroz sintetizado a partir de farinha de cereais. Já a classificação do grão se dá em uma escala que vai de um a cinco; o grau um é o que tem menor quantidade de grãos defeituosos.

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