É falso que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a obrigatoriedade de vagas de estacionamento prioritárias para pessoas LGBTQIA+ até 2024, como sugere um vídeo que viralizou nas redes. Não há qualquer norma publicada no Diário Oficial da União com esse teor. O título que aparece no suposto print do G1 não consta na lista de notícias publicadas — trata-se de uma montagem que imita a identidade visual do site .
O post com conteúdo enganoso acumula mais de 250 mil visualizações do TikTok e ao menos 16 mil curtidas no Instagram até a tarde desta segunda-feira (13). O vídeo também circula no WhatsApp (fale com a Fátima), plataforma em que não é possível estimar o alcance.
Vaga de estacionamento prioritárias LGBT serão obrigatórias até 2024
O governo Lula não instituiu vagas de estacionamento prioritárias para a população LGBTQIA+, como sugere um vídeo que circula nas redes. Aos Fatos não encontrou qualquer norma com teor semelhante publicada no DOU (Diário Oficial da União) e, ao contrário do que aponta a publicação, a notícia também não foi publicada pelo G1.
Em busca pelo termo “LGBT” no DOU a partir de 1º de janeiro deste ano, foram encontrados termos de fomento do Ministério dos Direitos Humanos que direcionaram verba de emendas parlamentares para a promoção de políticas públicas para formação profissional, empregabilidade e redução da violência contra essa população.
O termo também é citado na resolução 233, que estabelece diretrizes para atendimento socioeducativo a adolescentes privadas de liberdade, para determinar a necessidade de pesquisas sobre o número de jovens LGBTQIA+ e quais as suas condições de atendimento. Há também uma menção à sigla no decreto que aprova a estrutura do Ministério da Pesca e Aquicultura — uma das missões do órgão é promover a inclusão de jovens, mulheres e LGBTQIA+ nos espaços de produção pesqueiros.
Conteúdos homofóbicos e transfóbicos são usados com frequência para atacar o governo Lula:
- Aos Fatos já desmentiu, por exemplo, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teria anunciado a criação do programa “bolsa travesti”;
- Também circulou a mentira de que a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma mulher trans, teria sido anunciada como a nova ministra dos Direitos Humanos.
Também são frequentes posts que usam a identidade visual do G1 para desinformar:
- Foi o caso na mentira de que a Guarda Nacional se apossaria da estrutura militar das Forças Armadas;
- Também viralizou conteúdo falso alegando que Lula teria defendido colocar caminhoneiros em seus devidos lugares e tornar a educação de relacionamento homoafetivo uma prioridade nas escolas;
- Aos Fatos mostrou em reportagem que há, inclusive, ao menos dois sites que permitem criar notícias falsas com a aparência do site do Grupo Globo.