🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Março de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Ativista Raull Santiago não é golpista preso após sentar na cadeira de Alexandre de Moraes

Por Marco Faustino

17 de março de 2023, 16h18

Não é o ativista e empreendedor do Complexo do Alemão Raull Santiago o homem que se sentou na cadeira do ministro Alexandre de Moraes durante os atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro, como faz crer um vídeo que circula nas redes. O homem que invadiu o prédio do Judiciário é o mecânico Fábio de Oliveira, preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (17) em operação que investiga os protestos golpistas. Santiago não participou dos atos e não estava em Brasília na data da invasão.

Publicações com a associação enganosa acumulavam 8.800 compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (17) e circulam WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Ativista Raull Santiago não é o homem que se sentou em uma cadeira do STF durante os atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro

Publicações que circulam nas redes mostram fotos do ativista Raull Santiago com membros do governo e do Judiciário seguidas de um vídeo dos atos de 8 de janeiro para fazer crer que o empreendedor carioca teria agido como infiltrado nos protestos bolsonaristas. O homem que invadiu o prédio do Judiciário e se sentou na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, no entanto, é o mecânico Fábio de Oliveira, preso nesta sexta-feira (17) pela PF na oitava fase da Operação Lesa Pátria. Santiago não participou dos protestos e não estava nem mesmo em Brasília no dia da invasão.

Preso em Penapólis (SP), Oliveira tem sido apontado como um dos homens que lideraram caravanas do interior paulista rumo a Brasília. O ex-chefe do serviço de ambulâncias de Penápolis, Erlon Ferrite, que filmou o vídeo em que Oliveira aparece sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, também foi preso.

Empreendedor social e ativista do Complexo do Alemão, Raull Santiago é fundador e CEO da Brecha, uma empresa de consultoria sobre mercado e favela. Em entrevista à BBC Brasil, ele afirmou que estava no Rio de Janeiro no dia 8 de janeiro.

Essa não é a primeira vez que Santiago é alvo de desinformação. Em 5 de janeiro, poucos dias após a posse presidencial, uma foto em que ele e outros ativistas aparecem ao lado do ministro Alexandre de Moraes passou a circular como se mostrasse uma reunião do magistrado com membros da facção criminosa PCC. O boné usado por ele na ocasião, com a sigla CPX, foi apontado como suposta prova de ligação com o crime organizado. Trata-se, no entanto, apenas de uma abreviatura da palavra complexo, usada para se referir às comunidades.

Versões sem embasamento. Posts que associam o governo e o Judiciário ao crime organizado ganharam tração nas redes após a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (13).

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Após o encontro de Dino com os líderes comunitários, por exemplo, voltou a ser compartilhado no TikTok um vídeo que supostamente mostraria o presidente Lula visitando o traficante Marcola, líder do PCC, na prisão. Uma única versão da peça de desinformação, desmentida pelo Aos Fatos em novembro do ano passado, já acumula 800 mil visualizações na plataforma de vídeos curtos.

Também voltaram a circular os posts que usam foto de Raull Santiago e de outros ativistas cariocas com o ministro Alexandre de Moraes para sustentar que o magistrado teria relação com o PCC.

Referências:

1. Instagram (@raullsantiago)
2. G1 (1 e 2)
3. CBN
4. Hojemais
5. UOL
6. BBC Brasil
7. Aos Fatos (1, 2, 3 e 4)
8. Folha de S.Paulo

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