É falso que PF apreendeu R$ 985 milhões destinados à campanha de Lula

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Esta verificação foi feita originalmente pela Lupa, parceira do Aos Fatos no CheckBR, colaboração entre iniciativas de fact-checking brasileiras para checar desinformação eleitoral.


Não é verdade que a Polícia Federal apreendeu R$ 985 milhões que teriam vindo da Nicarágua e seriam destinados à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como tem sido disseminado nas redes sociais. A imagem que circula é uma montagem que simula uma reportagem do G1, que nunca publicou o conteúdo.

A mensagem viralizou neste fim de semana no WhatsApp e Telegram, aplicativos nos quais não é possível estimar o alcance de mensagens (fale com a Fátima).


Selo falso

Operação da PF apreendeu hoje 985 milhões destinada à campanha de Lula

Imagem simula reportagem do ‘G1’ para disseminar informação falsa que PF apreendeu R$ 985 milhões que iriam pra campanha de Lula

É uma montagem a suposta reprodução de uma notícia do G1 que tem sido compartilhada nas redes sociais que fala que a Polícia Federal teria apreendido no dia 28 de outubro R$ 985 milhões vindos da Nicarágua que seriam destinados à campanha de Lula. O portal do Grupo Globo nunca publicou a notícia. Também não há resultados para a publicação dessa informação em outros veículos de comunicação.

Há, ainda, outros indícios de que a informação é falsa. O título cita apenas o valor, sem especificar a moeda — como é padrão nos sites do Grupo Globo e de outros veículos de comunicação. Não há, tampouco, nenhum repórter como o nome “Edgar da Silva” no expediente do veículo.

Por pesquisa reversa de imagem, é possível encontrar a foto utilizada neste conteúdo falso. No dia 31 de julho de 2021, a Força Aérea Brasileira apreendeu uma aeronave com mais de 300 quilos de drogas. A foto é desta operação, realizada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, em ação que fez parte da Operação Ostium — sem nenhuma relação com as eleições.

Por meio de nota, a Polícia Federal informou que, neste domingo (30) de segundo turno, dados sobre ações e operações deflagradas pela corporação no combate a crimes eleitorais não serão publicizadas, de acordo com determinação do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

Não é a primeira vez que produtores de desinformação falsificam capturas de tela do G1 e de outros veículos. Montagens como essas podem ser feitas em programas de edição de imagens comuns, mas há inclusive sites que geram notícias falsas do portal, como mostrou o Aos Fatos.


Neste fim de semana, o Aos Fatos se uniu às iniciativas de checagem AFP Checamos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Fato ou Fake e Lupa para verificar em conjunto a desinformação sobre as eleições.

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