É falso que governo Lula exonerou 8.000 militares nos primeiros dias de governo

É falso que 8.000 militares foram exonerados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como afirmam publicações nas redes sociais. As peças difundem a primeira página de uma edição do DOU (Diário Oficial da União) de segunda-feira (2), mas Aos Fatos verificou que, no documento citado, consta a exoneração de 963 servidores entre militares e civis. O levantamento mais recente do TCU (Tribunal de Contas da União) mostrou que mais de 6.000 militares ocupavam cargos no governo Bolsonaro, 25% menos do que é citado.

Publicações com a alegação enganosa acumulavam 1.500 compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (4) e circulam também no Twitter e no Instagram.

8.000 militares exonerados pelo governo federal

Publicações nas redes afirmam que 8.000 militares foram exonerados pelo governo do presidente Lula (PT), o que é falso. Os posts são acompanhados de uma imagem da edição extra do DOU de segunda (2), na qual consta a exoneração de 963 servidores, entre civis e militares. A assessoria de imprensa da Presidência da República afirma que o número correto de exonerados é de cerca de 1.200, acima do apurado por Aos Fatos, mas outras exonerações podem ser publicadas em datas posteriores.

Foram dispensados ocupantes de cargos DAS (direção e assessoramento superior) dos níveis 5 e 6, os mais elevados na hierarquia da administração pública. Em 2019, o governo Bolsonaro exonerou 159 cargos comissionados, além de eliminar 3.492 gratificações e 17.349 funções.

O levantamento mais recente do TCU, divulgado em julho de 2020, mostrou que 6.157 militares ocupavam cargos no governo Bolsonaro — número 25% menor do que é citado pelas peças checadas.

Em evento da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em abril de 2022, Lula afirmou que, se eleito, exoneraria 8.000 militares que estavam em cargos de pessoas que não prestaram concurso, ou seja, comissionados. No relatório do TCU, apenas 4.729 membros das Forças Armadas atuavam nessa condição.

Referências:

1. Imprensa Nacional
2. O Globo
3. Poder360
4. YouTube