Não é verdade que a juíza da Suprema Corte dos EUA Sonia Sotomayor foi presa por ter aceitado suborno para aprovar o passaporte da vacina contra Covid-19, como afirmam nas redes sociais (veja aqui). A informação falsa surgiu em um site americano de humor, mas passou a circular no Brasil como real. No dia 22 de fevereiro, um dia depois da postagem falsa ser publicada, a magistrada trabalhou normalmente no tribunal.
O conteúdo enganoso reunia ao menos centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (2) e também tem sido compartilhado no WhatsApp (fale com a Fátima).
É falso que a juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos Sonia Sotomayor foi presa pelas Forças Armadas pelo recebimento de suborno para aprovar “mandatos” de vacinação contra Covid-19 — tradução literal dos comprovantes de vacinação exigidos em ambientes fechados, o chamado passaporte vacinal.
A alegação falsa consta em postagens do dia 21 de fevereiro, que falam que a prisão teria ocorrido no dia 16. Sotomayor, inclusive, retornou ao trabalho presencial na corte na terça-feira (22).
As peças de desinformação traduzem um texto publicado em 18 de fevereiro no site Real Raw News, que diz publicar conteúdo humorístico.
O site alerta que é humorístico, mas o texto sobre a falsa prisão da juíza, não. Segundo uma investigação da Poynter, a página foi inaugurada em 2020 e é conhecida por publicar desinformação com títulos virais. Aos Fatos entrou em contato com o site, mas não obteve retorno.
Aos Fatos não encontrou em sites de busca ou na imprensa local notícias sobre prisão ou acusação de propina da juíza Sonia Sotomayor. Em janeiro, a Suprema Corte americana começou a debater a constitucionalidade do passaporte vacinal e da exigência de testes, e Sotomayor participou das sessões em casa (veja aqui e aqui). A magistrada votou a favor da obrigatoriedade da vacina contra Covid-19 para trabalhadores de instalações de saúde no Missouri, no dia 13 de janeiro.
Por fim, a Marinha, citada nas postagens, não divulgou prisões de pessoas relacionadas a subornos para aprovação de passaporte vacinal, e também não há registros de que cidadãos americanos foram enviados por esse motivo para Guantánamo, unidade prisional mantida pelo governo americano em Cuba para acusados de terrorismo.
A Agência Lupa também checou essa peça de desinformação.
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