Não é verdade que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tenha dito que o governo analisa uma proposta de regulamentação das casas de prostituição para aumentar a arrecadação de impostos, como fazem crer publicações nas redes. Em nota, o Ministério da Fazenda desmentiu o boato, que surgiu em uma página satírica no Twitter. O Aos Fatos também não encontrou na imprensa ou em posicionamentos oficiais nenhuma declaração do ministro sobre o tema.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam mais de 24 mil curtidas no Instagram até o início da tarde desta quarta-feira (7) e centenas de compartilhamentos no Facebook. O conteúdo circula também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Segundo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, governo analisa proposta de regulamentar casas noturnas de prostituição. No Brasil há cerca de 15 mil casas clandestinas com isso, o lucro para o governo através de taxações poderia ser de até R$2 bilhões ao ano
O ministro Fernando Haddad nunca afirmou que o governo analisa regulamentar as casas de prostituição para garantir uma arrecadação extra de até R$ 2 bilhões por ano, como afirmam publicações nas redes. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que não há e nunca houve qualquer previsão de regulamentação sobre o tema. O Aos Fatos também não encontrou qualquer declaração do ministro sobre o assunto em suas redes sociais, em entrevistas à imprensa ou em discursos oficiais.
Haddad fez menção à cifra de R$ 2 bilhões ao defender a proposta de regulamentação das apostas esportivas em entrevista ao UOL no dia 1º de março. Na ocasião, o ministro alegou que a taxação do setor geraria de R$ 2 bilhões a R$ 6 bilhões em impostos e compensaria a perda de arrecadação com o aumento do teto de isenção do Imposto de Renda. Em maio, o Ministério da Fazenda divulgou a proposta de regulamentação do setor, que deve ser transformada em medida provisória.
A alegação compartilhada pelas peças de desinformação foi publicada originalmente em um perfil satírico no Twitter que se passa pelo jornal O Estado de S. Paulo. Mais tarde, outros posts passaram a compartilhar prints desse perfil como se fossem de um canal verdadeiro de notícias.
A peça de desinformação também foi checada pelo Boatos.org.