Não é verdade que a apresentadora da GloboNews Daniela Lima admitiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu as eleições de 2022 e que o pleito foi fraudado. A fala compartilhada pelas peças de desinformação foi editada para omitir o trecho em que a jornalista deixa claro estar fazendo alusão às mentiras disseminadas por apoiadores do ex-presidente após o período eleitoral.
As publicações falsas acumulavam milhares de visualizações no Kwai até a tarde desta quinta-feira (6) e circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Uma fala da apresentadora Daniela Lima tem sido compartilhada editada e fora de contexto por peças de desinformação nas redes para alegar que jornalistas da GloboNews teriam admitido em uma conversa de bastidores que as eleições de 2022 foram fraudadas e que Bolsonaro foi o verdadeiro vencedor da disputa presidencial.
Diferentemente do que sugerem as publicações enganosas, a fala da jornalista foi transmitida ao vivo pela emissora em 2 de maio durante o Central GloboNews. Na ocasião, Lima fazia referência às desinformações disseminadas por bolsonaristas para justificar a derrota do ex-presidente. O trecho em que a apresentadora deixa claro que está citando mentiras foi suprimido pelas publicações enganosas.
Confira abaixo a fala completa de Lima:
“Um dos pilares das fake news de que Bolsonaro, na verdade, ganhou a eleição e, na verdade, foi tudo ali roubado e tal pelo TSE é o que… Olha quanta gente Bolsonaro bota na rua! E o Lula? Vive sozinho, tudo esvaziado os negócios dele.”
“Lula está analógico. Ele não está caindo na real”, diz @ECantanhede. Já @NatuzaNery destaca que presidente não tem celular, mas sabe que o governo tem o “pé direito baixo em termos de popularidade": "Há uma desarticulação geral do governo", analisa Natuza, sobre baixo quórum… pic.twitter.com/SuEF6lXj6F
— GloboNews (@GloboNews) May 3, 2024
No trecho compartilhado pelas peças de desinformação, os jornalistas comentavam sobre o ato convocado pelo presidente Lula (PT) em celebração ao Dia do Trabalho, que teve baixo comparecimento de público. Desde as eleições de 2022, apoiadores de Bolsonaro têm usado imagens — por vezes descontextualizadas — para comparar a quantidade de pessoas presentes nos atos dos dois políticos. O objetivo é alegar que o ex-presidente é mais popular e que isso provaria que o pleito foi fraudado, o que não é verdade.