Reportagem de 2021 é tirada de contexto para afirmar que EUA pode cortar relações militares com Brasil

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Não é verdade que congressistas americanos pediram que o presidente Joe Biden revogasse o status de aliado militar preferencial do Brasil durante o governo Lula (PT), como fazem crer publicações que circulam nas redes. A reportagem compartilhada pelas peças de desinformação foi veiculada pela TV Cultura em outubro de 2021 e se refere a uma manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Publicações com o conteúdo enganoso somavam ao menos 33 mil compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quinta-feira (4).


Selo falso

Congressistas americanos pedem fim de abertura com o Brasil. Assim seguimos ladeira abaixo. O pedido é até ter outro presidente no Brasil.
Reportagem de 2021 da TV Cultura é tirada de contexto para sugerir que congressistas americanos pediram fim das relações militares com o Brasil durante o governo Lula

Uma reportagem veiculada no Jornal da Tarde, da TV Cultura, em 15 de outubro de 2021, tem circulado nas redes fora de contexto para sugerir que congressistas americanos teriam pedido que o presidente Joe Biden deixasse de reconhecer o Brasil como aliado militar preferencial durante o governo Lula. Na carta citada no vídeo, no entanto, 63 parlamentares democratas pediam que o governo americano rompesse com a gestão de Jair Bolsonaro por conta das declarações golpistas do ex-presidente.

No documento, parlamentares pediam que o governo americano revogasse a condição do Brasil de aliado militar preferencial, concedida pelo ex-presidente Donald Trump em 2019, e a oferta para que o país integrasse a Otan (Organização Tratado Atlântico Norte). De acordo com eles, uma aliança militar com o Brasil poderia representar o risco de os EUA estarem fortalecendo o Exército Brasileiro para um golpe de Estado.

O documento mencionado na reportagem destaca ainda como motivo para o rompimento os posicionamentos golpistas de Bolsonaro, o apoio dado pelo ex-presidente às mentiras disseminadas por Donald Trump durante as eleições americanas e a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Washington às vésperas da invasão ao Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.

O status de aliado militar extra-Otan garantia benefícios como a facilitação no comércio de armamentos e tecnologia militar e a participação das Forças Armadas brasileiras em treinamentos promovidos por militares americanos. Apesar do pedido encaminhado pelos congressistas, Joe Biden não revogou o status brasileiro.

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