É falso que deputada Erika Hilton inflou número de seguidores no Instagram

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Não é verdade que a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) falsificou seu número de seguidores no Instagram e foi desmascarada pelo grupo hacker Anonymous. Além de não haver nenhuma publicação nas contas oficiais do grupo, os posts trazem dados editados do código-fonte da página.

Publicações nas redes como conteúdo falso acumulavam 1.600 curtidas no Instagram e 2.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) até a tarde desta terça-feira (21).

Perfil Anonymous mostra que perfil de Erika Hilton tem seguidores falsos! De 3,5 milhões, a verdade são só 259 mil. Nunca que eu imaginaria que a esquerda faria isso. Nunca.

Post mente ao manipular o número de seguidores da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) no Instagram e atribuir registro ao grupo Anonymous

A deputada federal Erika Hilton não falsificou seu número de seguidores no Instagram e foi desmascarada pelo grupo hacker Anonymous, como alegam posts nas redes. O vídeo que circula mostra, na verdade, uma edição feita no código-fonte da página.

A alteração foi possível a partir do comando “inspecionar” — clicando com o botão direito do mouse em uma página da web — e seguindo para o campo “elements” do código, uma área que permite ao usuário editar informações do código HTML no navegador.

O Aos Fatos usou a ferramenta do Google Chrome — que, pela semelhança, foi o navegador usado para criar a peça desinformativa — e identificou que o total de seguidores da deputada no código corresponde ao número que aparece no modo público do perfil no Instagram (veja abaixo). Em seguida, a reportagem editou a informação de seguidores para “0”, o que não alterou o dado público original.

Vídeo mostra como inspecionar uma página e indica que o número de seguidores que aparece no perfil da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) é o mesmo na página HTML.
Vídeo mostra como inspecionar uma página e indica que o número de seguidores que aparece no perfil da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) é o mesmo na página HTML.

Qualquer pessoa no Google Chrome consegue inspecionar um código HTML ou CCS de uma página na web e alterar informações, uma vez que os campos são editáveis. Isso não significa que as mudanças ficarão visíveis a qualquer usuário, mas apenas àquele que estiver alterando a informação em seu próprio navegador.

O Aos Fatos ainda buscou nas redes oficiais do grupo Anonymous e não encontrou nenhuma postagem que mencionasse a deputada ou que a estivesse desmentido sobre seu total de seguidores no Instagram (veja aqui, aqui e aqui). Por outro lado, a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e seus desdobramentos são os principais assuntos abordados nos perfis nos últimos dias.

Erika Hilton passou a ser vítima de reiterados ataques nas redes após publicar um vídeo desmentindo o também deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a polêmica envolvendo a desinformação viral sobre a taxação do Pix. A parlamentar ainda sofreu ameaças de morte, ataques transfóbicos e racistas nas redes. Ela acionou a Polícia Federal para apurar e identificar os autores das ameaças.

O caminho da apuração

Aos Fatos abriu o perfil da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) no navegador Google Chrome e clicou no item “inspecionar”, abrindo uma página HTML. Nessa área, a reportagem identificou que o número de seguidores no código correspondia ao total disponível no modo público da plataforma.

Para confirmar a possibilidade de manipulação, o Aos Fatos alterou os dígitos correspondentes ao total de seguidores diretamente no código. A reportagem ainda conferiu os perfis oficiais do grupo hacker Anonymous e constatou que não há qualquer vídeo mencionando a deputada.

Referências

  1. Google
  2. Canal Tech (1 e 2)
  3. X (Anonymous) (1, 2 e 3)
  4. Aos Fatos
  5. CNN Brasil

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