É falso que documento atesta que Pfizer pagou por aprovação de vacina nos EUA

Compartilhe

Não é verdade que o trecho de um documento que circula nas redes sociais (veja aqui) comprove que a Pfizer pagou US$ 2,8 milhões pela aprovação da vacina contra Covid-19 nos Estados Unidos. A quantia é referente a uma taxa de inscrição da FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora americana) para iniciar o processo de avaliação de um medicamento. A cobrança é definida por lei e não garante a aprovação da substância.

A postagem enganosa conta com ao menos dezenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (23).


Selo falso

Documento da Pfizer para FDA é tirado de contexto em posts

Postagens nas redes sociais enganam ao sustentar que a Pfizer pagou à FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora americana) US$ 2,8 milhões para aprovação da sua vacina contra Covid-19 nos Estados Unidos. O documento exibido, na verdade, mostra a cobrança de uma taxa padrão de inscrição para avaliação do imunizante pela agência - e que não garante o aval do órgão ao fármaco.

A informação aparece no topo da segunda página do registro, feito em maio de 2021, onde está descrito, em inglês, que o valor corresponde a um “user fee for this application”, que significa, em tradução livre, “taxa do usuário para esta inscrição”.

O procedimento é garantido pela Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos dos Estados Unidos. Em 2021, qualquer substância que precisasse apresentar dados clínicos obrigatórios, caso das vacinas, tinha uma taxa de inscrição no valor de US$ 2,8 milhões. Em 2022, a cobrança aumentou para US$ 3,1 milhões. Um pedido que não tenha sido aprovado pela FDA pode ter até 75% do valor pago reembolsado.

Segundo a FDA, as taxas são necessárias para financiar a revisão de produtos e não interferem no compromisso da agência com a integridade científica, saúde pública, padrões regulatórios, segurança da população e transparência. O órgão frisa que todas as informações sobre a aprovação da vacina desenvolvida pela Pfizer estão disponíveis no site.

Nos Estados Unidos, a vacina da Pfizer obteve a autorização para uso emergencial em dezembro de 2020. O registro definitivo ocorreu em agosto de 2021. Na época, a FDA ressaltou que o imunizante já tinha atendido aos padrões científicos para o uso emergencial e que demonstrava segurança, eficácia e qualidade de fabricação para obter o registro.


Aos Fatos integra o Third-Party Fact-Checking Partners, o programa
de verificação de fatos da Meta. Veja aqui como funciona a parceria.

Referências

  1. PHMPT
  2. Federal Register
  3. FDA (1, 2 e 3)

Compartilhe

Leia também

falsoGoverno Lula não vai usar multa de 40% do FGTS para compensar gastos públicos

Governo Lula não vai usar multa de 40% do FGTS para compensar gastos públicos

falsoÉ montagem foto que mostra Lula abraçado a influenciador acusado de abuso sexual infantil

É montagem foto que mostra Lula abraçado a influenciador acusado de abuso sexual infantil

falsoCorrente engana ao afirmar que multinacionais anunciaram demissões em massa no Brasil

Corrente engana ao afirmar que multinacionais anunciaram demissões em massa no Brasil

fátima
Fátima