Não é verdade que torcedores serão proibidos de exibir bandeiras do orgulho LGBTQIA+ durante os jogos do Mundial de Clubes 2025 da Fifa, ao contrário do que alegam publicações nas redes. A informação surgiu em texto de site satírico e foi negada pela entidade.
As publicações mentirosas receberam quase 2.000 curtidas no Threads e somam centenas de compartilhamentos no Facebook e no X.
ÚLTIMA HORA: As bandeiras do orgulho ficam oficialmente proibidas na Copa Mundial de Clubes da FIFA 2025: “Fim do orgulho woke”. 👏🏻👏🏻👏🏻👍🏻

Publicações que circulam nas redes enganam ao dizer que não será permitido entrar nos jogos do próximo Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado nos Estados Unidos entre 15 junho e 13 de julho, portando bandeiras com as cores do arco-íris — símbolo da causa LGBTQIA+.
Em nota enviada ao Aos Fatos, a Fifa negou a proibição. “Informamos que não há qualquer validade na notícia mencionada. A fonte é um site satírico, que afirma claramente, no final da história, que ela não é verdadeira”, diz o posicionamento da federação internacional de futebol.
O post que originou a notícia falsa foi publicado no site norte-americano SpaceXMania — que descreve como sua missão “trazer para você as notícias falsas mais recentes, algumas análises atrevidas e uma boa dose de sátira, tudo reunido em uma mistura maluca que orbita em torno de Elon Musk”.
A publicação satírica afirmava que a proibição teria sido anunciada pela MLS (Major League Soccer), liga de futebol com times dos Estados Unidos e do Canadá.
O post do SpaceXMania, porém, trazia um aviso no final da página informando que o conteúdo “é uma sátira”. Ainda assim, foi tirado de contexto e passou a circular como se fosse verdadeiro a partir de novembro — primeiro em inglês, depois em outros idiomas.
O código de conduta para torcedores da MLS não traz nenhuma proibição à exibição de símbolos do orgulho LGBTQIA+. Em vez disso, as regras da entidade vetam manifestações discriminatórias com base em raça, etnia, nacionalidade, gênero, identidade de gênero, deficiência ou orientação sexual.
Aos Fatos não identificou nenhum comunicado da Fifa ou da liga norte-americana proibindo manifestações de apoio à causa LGBTQIA+. Recentemente, porém, a MLS vetou qualquer referência ao atual conflito entre israelenses e palestinos.
Apesar de a proibição da bandeira do arco-íris nos estádios ser mentirosa, a Fifa já foi alvo de críticas por sua omissão ao escolher como sede da última Copa do Mundo o Qatar, país acusado de perseguição com base na orientação sexual.
Em 2022, o país do Oriente Médio chegou a dizer que iria confiscar as bandeiras do orgulho LGBTQIA+ que entrassem nos estádios durante o mundial, mas depois voltou atrás.
Já a Fifa, naquele ano, proibiu os capitães das seleções de usarem a braçadeira da campanha One Love, idealizada pela Holanda com o intuito de combater diversos tipos de preconceitos no futebol.
A notícia também foi desmentida pela AFP e pela agência de checagem portuguesa Polígrafo.
O caminho da apuração
Aos Fatos fez buscas pela proibição da entrada da bandeira do arco-íris em sites de notícias e nos portais da MLS e da Fifa. A reportagem também pediu um posicionamento oficial à federação internacional de futebol.