Não é verdade que bancos irão limitar os saques em espécie a partir do segundo semestre de 2025. As peças desinformativas compartilham uma imagem que simula uma notícia nunca publicada pelo site g1. Até o momento, não há qualquer anúncio de medidas do tipo por parte do governo federal.
O conteúdo enganoso acumulava centenas de compartilhamentos no Facebook e Instagram até a tarde desta terça-feira (14). As publicações também circularam no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Bancos deverão limitar saques em espécie a partir do segundo semestre. Limite mensal para saques será de 2 mil reais para pessoas físicas, e até 5 mil reais para pessoas jurídicas. Governo alega que é pra evitar evasão fiscal

Publicações nas redes têm compartilhado um print falso do g1 para alegar que bancos irão limitar os saques em espécie a partir do segundo semestre. As peças desinformativas estipulam o limite de R$ 2.000 para pessoas físicas e R$ 5.000 para pessoas jurídicas, e ainda afirmam que a medida foi supostamente criada para “evitar evasão fiscal”.
Aos Fatos não encontrou qualquer anúncio com esse teor nos sites do governo federal ou do Ministério da Fazenda. Também não há informações sobre a suposta limitação na imprensa ou nos sites dos principais bancos brasileiros.
Em nota, o Grupo Globo negou a publicação da matéria. No print compartilhado pelas publicações enganosas, a notícia falsa é assinada por uma repórter chamada Ana Bragança. Não há nenhum profissional com esse nome entre os integrantes da equipe do g1.
A fonte usada na assinatura da suposta autora e o formato do horário também são diferentes do padrão utilizado pelo portal de notícias (veja abaixo). Além disso, a matéria é apresentada como parte da editoria “dinheiro”, mas ela não existe — o g1 adota a rubrica “economia”.

As publicações enganosas passaram a circular após a repercussão de conteúdos alegando que o governo federal taxará transações por Pix acima de R$ 5.000, o que é falso. Na realidade, a norma publicada pela Receita Federal estabelece novos limites de valores sobre movimentações financeiras que devem ser informados ao Fisco, mas não cria novos impostos.
Como consequência da desinformação sobre o Pix, viralizaram conteúdos compartilhando relatos de pequenos negociantes que deixaram de aceitar esse método de pagamento e passaram a priorizar o uso de dinheiro em espécie.
O caminho da apuração
Aos Fatos procurou pelo título e palavras-chave da notícia compartilhada pelas peças enganosas no site do g1, mas não encontrou nenhum registro. Em seguida, analisamos o conteúdo das imagens e concluímos que se trata de um print falso.
Também realizamos uma busca sobre medidas similares em sites do governo federal, da imprensa e de grandes bancos.