É falso que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou que a ferramenta de cotação de moedas do Google fosse retirada do ar. As peças de desinformação que fazem essa alegação compartilham uma publicação feita originalmente por um perfil satírico no X (ex-Twitter).
As peças enganosas somavam centenas de compartilhamentos no X até a tarde desta quinta-feira (26).
Alexandre de Moraes manda zerar o contador do Google que mostra o valor do dólar no mundo inteiro

Posts nas redes têm compartilhado como se fosse real um registro satírico que alega que o ministro Alexandre de Moraes teria determinado a derrubada da ferramenta de cotação de moedas do Google. O post foi publicado originalmente em julho por um perfil humorístico.
Questionado pelo Aos Fatos, o STF negou que Moraes tenha emitido qualquer decisão envolvendo a busca no Google sobre o dólar. Também não há registros de ações semelhantes no site oficial do tribunal e na imprensa.
Na última quarta-feira (25), o Google exibiu a moeda americana a R$ 6,38, valor cerca de R$ 0,23 mais alto do que o registrado pelo Banco Central na terça (24), que foi de R$ 6,15. Não houve negociação no dia 25 por conta do recesso de Natal.
Desde o feriado, o painel da cotação do dólar não tem sido mais exibido pelo Google. Questionada pelo Aos Fatos, a empresa afirmou somente que os dados em tempo real exibidos na busca “vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros” e que está investigando o ocorrido.
Ainda na quarta-feira (24), a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que enviou um ofício ao Banco Central pedindo informações sobre o caso e que avalia se entrará com ação contra o Google.
Esta não é a primeira vez que o buscador exibe uma cotação incorreta. Em 6 de novembro, após as eleições americanas, a empresa mostrou a moeda valendo R$ 6,18, quando o valor era, na realidade, de R$ 5,78.
O caminho da apuração
Por meio de busca reversa, verificamos que o boato se originou em perfil humorístico no X, em agosto. Consultamos também o site do STF e contextualizamos a checagem após o Google ter exibido a cotação incorreta do dólar no Natal.