🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Fábrica de fertilizantes que teve obras retomadas no governo Lula fica no Brasil

Por Milena Mangabeira

11 de maio de 2023, 12h53

Não é verdade que o governo Lula (PT) vai retomar, com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), as obras para a construção de uma fábrica de fertilizantes fora do Brasil. O empreendimento mencionado pelas peças de desinformação é a UFN-3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3), que fica na cidade de Três Lagoas (MS). A unidade, que recebeu financiamento de R$ 2,2 bilhões do BNDES em 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT), foi colocada à venda pela Petrobras em 2017. Em janeiro deste ano, no entanto, a estatal anunciou que encerrou o processo e deve concluir as obras.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quarta-feira (10). O vídeo desinformativo também circula no Kwai.


Selo falso

Lula anuncia a retomada das obras da maior fábrica de fertilizantes da América Latina com dinheiro do BNDES. Empresários indo embora do Brasil, futuro incerto pra eles. E o cara vai fazer obras em outros países.

Homem no vídeo alega que o governo federal vai retomar obra de fábrica de fertilizantes fora do Brasil, o que não é verdade.

Publicações que circulam nas redes enganam ao afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria anunciado investimento do BNDES para a construção de uma fábrica de fertilizantes fora do Brasil. A UFN-3, empreendimento citado pelas peças de desinformação, fica na verdade em Três Lagoas (MS) e recebeu recursos do banco apenas na primeira fase das obras, ainda em 2012, durante o governo Dilma. Colocada à venda pelo governo em 2017, a unidade teve seu processo de negociação cancelado e deve ter suas obras concluídas pela Petrobras.

Com capacidade de produção diária estimada em 2.200 toneladas de amônia e 3.600 toneladas de ureia, a UFN-3 teve as obras iniciadas em 2011. No ano seguinte, o BNDES anunciou um financiamento de R$ 2,2 bilhões para a unidade. Ainda no governo Dilma, em 2014, a Petrobras rompeu o contrato com os vencedores da licitação de construção alegando que não estariam pagando fornecedores e trabalhadores. Três anos mais tarde, em 2017, no governo Michel Temer (MDB), o empreendimento ainda inconcluso foi colocado à venda.

Em 24 de janeiro de 2023, já no governo Lula, a Petrobras anunciou o encerramento do processo de venda da unidade. A expectativa é que as obras sejam retomadas pela própria estatal, em alinhamento com o governo federal. Em busca no site do BNDES, o Aos Fatos não encontrou qualquer informação sobre um novo empréstimo para a construção da fábrica.

Referências:

1. BNDES (1, 2)
2. G1 (1, 2, 3, 4)
3. Brasil Mineral
4. Agência Brasil
5. O Estado de S. Paulo

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