Geraldo Magela/Agência Senado

🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2016. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Entre mulheres, apoio a Dilma é maior no Senado do que na Câmara

Por Bárbara Libório e Tai Nalon

12 de maio de 2016, 13h45

Enquanto na Câmara a maioria das deputadas pendeu para a abertura do processo de impeachment, a bancada feminina no Senado está rachada ao meio. Das 12 senadoras que participaram da sessão que admitiu o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (12), seis votaram a favor da abertura do procedimento. Outras seis votaram contra.

O caso mais emblemático é o do PSB. As duas senadoras do partido defenderam posições opostas no plenário. Enquanto Lúcia Vania (PSB-GO), se colocou a favor do impeachment, com um discurso que defendeu o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e criticou a gestão fiscal da presidente, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou que a “conspiração no Brasil faria corar Frank Underwood”, personagem que, de presidente da Casa dos Representantes, vira vice-presidente, derruba o titular e assume o poder na série “House Of Cards”, da Netflix.

Em abril, na votação da Câmara dos Deputados, o PSB declarou apoio ao prosseguimento do processo de impeachment, mas liberou sua bancada para votação.

No PMDB, como era previsto, Ana Amélia (RS), Marta Suplicy (SP) e Simone Tebet (MS), votaram a favor do impeachment. “Nosso trabalho na comissão e o relatório excelente do Anastasia confirmaram minha convicção sobre a admissibilidade do impeachment”, afirmou em sua sustentação oral a ex-petista Marta Suplicy. Nas redes sociais, muitos internautas criticaram a exposição da senadora chamando-a de “traíra” e “golpista”.

Na base governista, senadoras do PT e do PC do B votaram contra a abertura do impeachment no Senado. Angela Portela (PT-RR), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffman (PT-PR), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) discursaram e se posicionaram contra o afastamento. Acusaram vícios no processo, que chamaram de golpe, e afirmaram que afastar a presidente é punição desproporcional.

Gleisi Hoffman, Fátima Bezerra e Vanessa Grazziotin chegaram a apresentar, antes do início da sessão, questões de ordem pedindo a suspensão da sessão e do processo, colocando em cheque a neutralidade do relatório senador Anastasia (o pedido de impeachment foi protocolado por advogados ligados ao partido tucano, a qual o senador é filiado) e o respaldo legal do processo. Elas foram negadas pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL).

“O sistema patriarcal e intolerante vai arrancar do poder a primeira mulher eleita para presidir o nosso país”, disse Gleisi no discurso de abertura da sessão. A senadora é investigada na Lava Jato, acusada de ter sido financiada, em 2010, por dinheiro de propina da Petrobras

Câmara das Deputadas. Na votação da Câmara, 29 deputadas votaram a favor do impeachment da presidente, 20 se posicionaram contra e houve uma abstenção e uma ausência.

A votação da bancada feminina na Câmara foi mais marcada por divergências dentro dos partidos. No caso do PSB, a deputada Janete Capiberibe (AP) divergiu da posição do partido e votou contra o impeachment, assim como as peemedebistas Elcione Barbalho e Simone Morgado, ambas do PA.

As deputadas do PR se dividiram: Brunny (MG) e Zenaide Maia (RN) votaram contra o processo, enquanto Christiane de Souza (PR) e Magda Mofatto (GO) acenaram ao prosseguimento.

No PTN, Renata Abreu, deputada de São Paulo, votou a favor do impedimento. Já a representante do Amapá, Jozi Araújo, votou contra.

Resultado positivo. No Senado, o cenário foi mais favorável a Dilma entre as mulheres do que entre homens: enquanto 50% das senadoras votaram contra o impeachment, apenas 23% dos senadores se posicionaram dessa maneira.

Na Câmara, 39% das deputadas foram contra o impedimento. Entre os homens, o percentual foi de 25%.

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