Em anúncio no YouTube direcionado a mulheres, Michelle Bolsonaro exagera sobre papel do governo na transposição

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A campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) pagou por anúncio no YouTube em que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, distorce fatos sobre a transposição do rio São Francisco. A peça diz em letras garrafais que a obra “tá entregue”.

No entanto, site do governo informa que ainda estão sendo feitas obras complementares, entre elas três canais e quatro ramais, além de trechos não inaugurados. A propaganda também omite que quando Bolsonaro entrou no governo, mais de 96% das obras já estavam concluídas.

No vídeo, Michelle Bolsonaro se dirige à “mulher sertaneja que carregava lata d’água na cabeça”. Utilizando as ferramentas de segmentação do Google Ads, a campanha de Bolsonaro direcionou o anúncio apenas a mulheres, de todas as faixas etárias e em todos os estados brasileiros.

Não é possível saber o custo exato da propaganda, já que a página de transparência do Google informa apenas a faixa de valor, que neste caso foi entre R$ 2.500 e R$ 3.000. O mesmo ocorre em relação à métrica de alcance — o vídeo foi exibido entre 450 mil e 500 mil vezes entre 31 de agosto e 1º de setembro.

Print de vídeo de Michelle Bolsonaro com informações sobre anúncio no Google Ads

A propaganda também foi exibida durante o horário eleitoral obrigatório no dia 30 de agosto, atingindo espectadores da TV aberta, independente do gênero. A primeira-dama tem sido peça-chave da campanha de Jair Bolsonaro para atingir o público feminino e evangélico.

A participação de Michelle Bolsonaro no anúncio da TV foi alvo de ações no TSE movidas pela candidata Simone Tebet (MDB), e pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que alegam que a participação teria excedido o tempo permitido para apoiadores de candidatos em propagandas eleitorais.

Na noite desta quinta-feira (1º), a ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri suspendeu a veiculação da propaganda na TV por Michelle Bolsonaro ter excedido 25% do tempo permitido. Caso a decisão seja descumprida, a multa é de R$ 10 mil. A decisão refere-se apenas no horário de propaganda eleitoral gratuita transmitida pela televisão. O vídeo segue sendo anunciado no YouTube.

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