Um vídeo de abril deste ano que mostra um navio despejando sedimentos no mar próximo à praia de Matosinho, em Portugal, circula nas redes sociais como se exibisse a causa do atual vazamento de petróleo na costa do Nordeste brasileiro (veja aqui). O procedimento que aparece nas imagens era parte do processo de dragagem do porto de Leixões e o material descartado era areia, não óleo.
O conteúdo tem sido difundido com a falsa atribuição especialmente no WhatsApp, onde não é possível quantificar com exatidão o seu alcance. O vídeo foi enviado por leitores do Aos Fatos no aplicativo de mensagens na última quarta-feira (9) como sugestão de checagem (inscreva-se aqui).
As imagens também circulam no Facebook, onde acumulam cerca de 800 compartilhamentos até a manhã desta quinta-feira (10). Todas as postagens foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da rede social (entenda como funciona).
Confira abaixo, em detalhes, o que checamos.
As imagens atribuídas ao vazamento de petróleo no Nordeste foram gravadas no dia 30 de abril deste ano, na verdade, e mostram uma embarcação realizando um processo de dragagem na praia de Matosinhos, em Portugal. Um usuário do Instagram postou, no mesmo dia, uma imagem que mostra o trabalho da embarcação por outro ângulo.
Na publicação no Instagram que divulgou primeiro o vídeo (veja aqui), é possível verificar uma série de comentários recentes feitos por usuários brasileiros que questionam se o sedimento despejado na água é realmente petróleo. O vídeo foi postado por um perfil chamado Diz Não Ao Paredão, que protesta contra a realização de uma obra de extensão do quebra-mar da praia de Matosinho que pode causar impactos ambientais, sociais e econômicos na região.
A dragagem é um procedimento de limpeza, desobstrução e escavação de sedimentos realizado no fundo de rios, lagoas, baías e oceanos. O processo que aparece nas imagens é uma dragagem de manutenção da área próxima ao porto de Leixões. O objetivo é garantir a profundidade necessária para a navegação da porção de água da região, que vai sendo progressivamente reduzida devido ao assoreamento.