🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que vacina da Pfizer causou a morte de seis voluntários

Por Luiz Fernando Menezes

16 de dezembro de 2020, 15h32

Não há evidências de que as mortes de seis voluntários ao longo dos testes da vacina contra Covid-19 da Pfizer foram causadas pela imunização. Quatro desses óbitos foram de pessoas que estavam no grupo de controle, que recebe um placebo, e não foram encontrados indícios de que os outros dois casos tenham relação com o medicamento, segundo a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora dos EUA).

A falsa informação (veja aqui) aparece em mensagem no Facebook publicada no dia 9 de dezembro e que já foi compartilhada mais de 1.600 vezes. Os conteúdos foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).


FALSO

A Vacina da Pfizer utiliza a tecnologia de RNA Mensageiro - algo NUNCA utilizado em massa em população de país algum. Até aqui, ocorreram 6 mortes com a vacina, mas ‘as pessoas não precisam se preocupar, tá tudo certo, viu?’. Que alívio, hein… #SQN

Circula nas redes sociais uma mensagem enganosa que diz que a vacina contra a Covid-19 produzida pela Pfizer e pela BioNTech teria sido responsável pela morte de seis pessoas. As postagens citam como fonte da informação a revisão publicada pela FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora americana) sobre a imunização, mas omitem que quatro dessas seis mortes ocorreram no grupo de controle e que a própria agência não encontrou correlação entre os outros dois óbitos e a vacina.

Conforme pode ser verificado no documento original, a FDA aponta que seis dos 43.448 voluntários dos testes morreram, sendo que dois deles estavam no grupo que recebeu o imunizante e quatro no do placebo. Segundo o documento, uma das mortes registradas no grupo que tomou a vacina foi causada por parada cardíaca 62 dias após a segunda dose e a outra, por aterosclerose ⏤ acúmulo de gordura em uma artéria ⏤ três dias após a primeira dose. Os dois voluntários tinham mais de 55 anos.

A FDA afirmou no documento que “todas as mortes representam eventos que ocorrem na população geral das faixas etárias em que ocorreram, em taxas semelhantes” e que não há relação entre a imunização e as fatalidades.

Poucos dias após a publicação do documento, os EUA aprovaram o uso emergencial da vacina da Pfizer, com o aval da FDA. Iniciada na última segunda-feira (14), a vacinação pretende atingir 20 milhões de americanos no primeiro mês de aplicações.

Vacinas de RNA. É verdadeira, no entanto, a informação de que o imunizante da Pfizer utiliza uma tecnologia que ainda não tinha sido aplicada em humanos. A técnica de usar moléculas de DNA ou RNA do Sars-CoV-2 foi adotada por algumas farmacêuticas por ser um método mais rápido de produção de vacinas.

A tecnologia em si não é nova: ela vem sendo pesquisada desde a década de 1990 e foi estudada para combater outras doenças, como gripe, zika e raiva.

Origem. A mensagem enganosa foi publicada pelo médico e editor do site Manhood Brasil, Alessandro Loiola, em seu perfil no Facebook, no dia 9 de dezembro. O Aos Fatos entrou em contato com o médico pelo e-mail de contato disponibilizado em seu portal, para que ele pudesse comentar a checagem, mas não recebeu resposta até a publicação.

Desinformações semelhantes circulam nas redes americanas desde a publicação do documento da FDA. Uma delas foi desmentida pelo Politifact e pela Reuters. No Brasil, o Estadão Verifica também publicou uma checagem sobre o assunto.

Referências:

1. FDA
2. G1
3. Ibict
4. CDC


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Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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