Não é verdade que todas as zonas eleitorais de São Paulo tiveram o mesmo resultado na disputa pela prefeitura da cidade, como é dito em vídeo que circula nas redes sociais (veja aqui). Para sugerir que houve fraude nas eleições, a peça de desinformação cita 20 zonas que teriam totalizado a mesma ordem de candidatos — Bruno Covas (PSDB) em primeiro seguido por Guilherme Boulos (PSOL), Márcio França (PSB), Celso Russomanno (Republicanos) e Arthur Do Val (Patriota). No entanto, a cidade tem 58 zonas eleitorais, e em apenas 15 o resultado seguiu essa composição.
Como o Aos Fatos já mostrou, a semelhança de resultados nas diferentes zonas também não deve ser considerada um indício de fraude.
Ao todo, as publicações que difundem o vídeo somavam ao menos 3.000 compartilhamentos no Facebook até o começo da tarde desta segunda-feira (23) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação (veja como funciona).
“São Paulo é tudo igual, cara, tudo igual. Tudo a mesma composição”
Circula nas redes sociais um vídeo que supostamente evidenciaria que o pleito de São Paulo teria sido fraudado, uma vez que todas as zonas eleitorais teriam registrado o mesmo resultado: Covas em primeiro, Boulos em segundo, França em terceiro, Russomanno em quarto e Do Val em quinto. Na gravação, são mostradas diversas telas com os votos por zona. Após listar 20 com resultados supostamente idênticos, um dos autores diz: “São Paulo é tudo igual, cara, tudo a mesma composição”. No entanto, a cidade tem 58 zonas e em apenas 15 o resultado foi igual ao indicado no vídeo.
Outro ponto omitido pela peça de desinformação é que, por mais que as posições sejam as mesmas em diversas zonas, as porcentagens em cada uma delas são diferentes. Na zona 1, por exemplo, Covas recebeu 33,37% dos votos, Boulos teve 29,66% e França 12,01%. Já na zona 3, o atual prefeito conseguiu 31,38% dos votos, Boulos 20,96% e França 15,33%.
Por fim, o TSE, em nota sobre outra peça de desinformação, explicou que “a estabilidade no percentual de votos em candidatos durante a totalização não constitui indício de fraude e indica apenas homogeneidade nos votos recebidos durante a totalização".
Nas eleições de 2016, quando João Doria (PSDB) foi eleito em primeiro turno, por exemplo, 29 zonas eleitorais também apresentaram a mesma composição: Doria em primeiro, Haddad em segundo, Russomanno em terceiro, Marta em quarto e Erundina em quinto.