🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que salário mínimo no Brasil era o menor da América do Sul em 2020

Por Marco Faustino

6 de janeiro de 2021, 10h38

Não é verdade que dados do Banco Mundial indicam que o Brasil tem o menor salário mínimo da América do Sul, conforme apontam postagens nas redes sociais (veja aqui). O Aos Fatos não localizou documentos que comprovem que a instituição fez tal levantamento em outubro de 2020. Em consulta aos dados de cada um dos países, foi possível constatar que, em reais, os pisos nacionais de Suriname e Venezuela eram inferiores ao brasileiro.

Esta peça de desinformação reunia ao menos 6.800 compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (5) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


ESTA É A REPÚBLICA DO ATRASO COM UM POVO QUE VIVE NO ACASO

São falsos os valores descritos em uma tabela que circula nas redes sociais atribuída ao Banco Mundial e que põe o Brasil na lanterna entre os países da América do Sul em valor do salário mínimo nacional. Além do Aos Fatos não ter localizado documento da instituição que comprove tal levantamento, consultas a sites governamentais pelos valores vigentes em outubro de 2020 apontam montantes bem diferentes dos divulgados nas postagens.

Se convertidos em reais, como fazem as publicações, os menores pisos nacionais da região estavam na Venezuela (R$ 5,16 ou 400.000 bolívares soberanos) e no Suriname (R$ 563 ou 1.428 dólares do Suriname). O Brasil aparece logo acima desses dois, com R$ 1.045.

O maior salário mínimo sul-americano estava no Chile: R$ 2.341 ou 326.500 pesos chilenos. A conversão desses valores foi feita pela calculadora do Banco Central com data de 1º de outubro de 2020. Veja a seguir os valores apurados nos demais países citados na peça de desinformação, em ordem decrescente:

• No Equador, o valor era de 400 dólares americanos (cerca de R$ 2.257);
• No Uruguai, 16.300 pesos uruguaios (cerca de R$ 2.158);No Paraguai, 2.192.839 guaranis (cerca de R$ 1.765);
• Na Bolívia, 2.122 pesos bolivianos (cerca de R$ 1.715);
• No Peru, 930 sóis (cerca de R$ 1.455);
• Na Argentina, 18.900 pesos argentinos (cerca de R$ 1.398);
• Na Colômbia, 877.802 pesos (cerca de R$ 1.286);
• Na Guiana, o salário mínimo no setor privado era entre 35.000 e 44.200 dólares guianenses (entre R$ 938 e R$ 1.185);

A Guiana Francesa é um território ultramarino da França, não um país, por isso foi desconsiderada da análise.

Esta peça de desinformação também foi checada por AFP Checamos, Boatos.org, E-farsas e Estadão Verifica.

Referências:

1. Banco Mundial
2. Banco Central do Brasil
3. Minutouro
4. INE
5. Imprensa Nacional
6. Ministerio del Trabajo de Colombia
7. Dirección del Trabajo, Gobierno de Chile
8. Ministerio del Trabajo Ecuador
9. Guyana Chronicle
10. Department of Public Information, Guyana
11. ABC Paraguay
12. Gobierno del Perú
13. Ministerie van Arbeid Werkgelegenheid en Jeugdzaken
14. Suriname Herald
15. Ministerio de Trabajo y Seguridad Social
16. Ministerio del Poder Popular de Economìa, Finanzas y Comercio Exterior


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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