🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que Prefeitura de São Paulo tem 20 mil caixões estocados em depósito

Por Priscila Pacheco

23 de outubro de 2020, 16h55

Não é verdade que a Prefeitura de São Paulo tenha comprado caixões em excesso por conta da pandemia e mantenha 20 mil empilhados em um depósito, conforme acusam postagens nas redes sociais (veja aqui). Por e-mail, a prefeitura disse que o serviço funerário municipal possui 9.913 urnas funerárias estocadas, quantidade necessária para um período de ao menos 30 dias.

O município antecipou a compra de cerca de 38 mil caixões devido ao crescimento de óbitos pela pandemia. Deste total, 33 mil já foram utilizados em enterros em geral, não apenas para vítimas do novo coronavírus. A prefeitura também ressalta que os objetos adquiridos são entregues e pagos quando o estoque começa a diminuir.

As peças de desinformação já contavam com ao menos 9.242 compartilhamentos nesta sexta-feira (23). Todas foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Comprou 38 mil caixões. 20 mil estão empilhados no depósito. Um grande gestor.

Peças de desinformações que circulam nas redes sociais acusam o prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, de ter empilhado em um depósito 20 mil caixões de uma compra de 38 mil unidades. No entanto, a prefeitura disse por e-mail que, no momento, há 9.913 urnas funerárias em estoque, o necessário para atender a demanda de um período médio de 30 dias. Além disso, especificamente desta compra, 33 mil já foram utilizadas em sepultamentos em geral, não apenas por vítimas de Covid-19.

A prefeitura explica que antecipou a aquisição de cerca de 38 mil caixões por causa do crescimento do número de óbitos durante a pandemia. Também foi explicado que não foram entregues 38 mil urnas funerárias de uma vez. “Com a reserva técnica, as urnas são entregues e pagas de forma gradativa, conforme diminuição de estoque.” Elas ficam guardadas no Polo Vila Guilherme, zona norte de São Paulo.

A prefeitura realiza compras de caixões e outros utensílios para enterros frequentemente, pois a responsabilidade dos serviços funerários é municipal, e a Lei 11.083/91 garante gratuidade do sepultamento e dos itens necessários àqueles que não têm condições financeiras de pagar pelas despesas.

O Aos Fatos verificou que quatro contratos para aquisições até outubro totalizavam 38.763 urnas funerárias, inclusive para armazenamento de cinzas do crematório municipal. Um quinto contrato para aquisições até janeiro de 2021 totaliza 1.216 urnas. Além disso, os documentos presentes no site da prefeitura mostram que as compras são referentes a licitações realizadas em 2018 e 2019. Contratos de 2019, quando a prefeitura comprou 68.980 urnas, são de licitações de 2018 e 2017.

Por fim, no município de São Paulo já foram registrados 353.952 casos de Covid-19 e 13.373 óbitos confirmados, segundo o boletim epidemiológico do dia 22 de outubro. Em maio, o número de enterros na cidade havia aumentado 69% em relação ao mesmo mês de 2019.

Referências:

1. Prefeitura de São Paulo (Fontes 1, 2, 3 e 4)
2. Secretaria Municipal de Saúde
3. G1


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